Em
finais de ano esquecemos
toda
a purga malfeitora
política
destruidora
mesmo
assim bem desejamos.
Nesta Europa de alegorias, sofismas, boatos, mentiras, vitima de
saques e de extorsões legalizadas pelo fechar de olhos dos seus
dirigentes ao serviço de terceiros, não existe qualquer reação
aos ataques externos à sua soberania, com sérios prejuízos para os
seus cidadãos.
Assim Portugal não escapa a essas intentonas, sendo vítima das suas
próprias vulnerabilidades, numa clara perda de independência, como
se num regresso ao século XVI, em que nem as profissões nem as
produções de base eram livres de se auto sustentarem.
Entre seareiros e moleiros existe uma eólica disfunção: se a uns
falta o sopro … os outros não proporcionam o pão.
Entre ferreiros e alquimistas existe uma forja onde o carvão não
fogueia e a areia não caldeia: sem a procura da transformação das
limalhas em ouro, acabou-se a ilusão.
Os almocreves ficam a meio caminho, de rumo perdido, desorientados
pelos ventos descontrolados que sopram de quadrantes contrários.
Erram nas políticas que apontam vias íngremes e os burros
recusam transportar as altas cargas. Os donos das portagens, devido à
escassez da passagem de caminheiros, aplicam altas taxas aos que
tentam prosseguir os seus próprios caminhos.
Os “portugas”, apelidados de tudo o que de pior existe na
nomenclatura de uma rastejante política, resta-lhes continuar
pobrezinhos, coitadinhos, aos sabor das vozes do adro, onde os votos
de pobreza são anestésicos de resignação. Resta-lhes esperar
que apareçam políticos com inteligência própria, em que se
assumam mais como patriotas do que amigos unicamente de si próprios,
onde os bolsos valham menos que os acenos dos transportadores de
enormes registos da finança informática, vinda de fora, vampiros
que voam à velocidade da luz, mitigando esperanças, retornando com
o saque de sangue dos pobres desamparados, que se moem a si
mesmos em torturas, orientados por guias que não entendem.
O Portugal independente, sonhado por uns e ainda desejado por outros,
aqueles que sabem história, jamais o será. Se este cantinho
continuar definhando pelas correntes submersas onde as “troikas”,
não apenas as de hoje mas as de sempre, em jogo combinado o mantêm
sob garras imperiais que, como o tubarão invisível das profundezas,
abocanham as presas distraídas à superfície.
Portugal está fundido por essa massa agregadora de seareiros,
almocreves e alquimistas da medalhística transformação do
século XXI, copiando os métodos vindos do final do século XVI, os
que lavam mediaticamente o coletivo, e ao mesmo tempo, donos das
portagens para outra margem, único lugar de onde poderia partir para
o início de novas etapas. Até lá têm de contentar-se com o cheiro
das disfunções eólicas, baforadas, que “ministrosos” e outros
que o não são, uns vindo de outras paragens, enviados para que o
saque siga em segurança, e outros, de bem mais perto, para
assegurarem que o recrutamento volte a encher de pobretanas os
grandes movimentos de inconfessáveis desígnios, onde a submissão
seja o garante de que esta região continue em reza de ordeira.
São forjas a frio, onde as massas de ar que no subterrâneo
informático circulam, paralisam as superfícies onde a canalha
vegeta e onde “jornalistas analfabrutos” ajudam a semear ventos
de miséria que se espalham por todo o lado. São gases tóxicos que
saem disparados do subsolo da finança, que os registos informáticos,
concebidos pelos tentáculos do gigante sem escrúpulos, anicham em
bolsos, ora na direção de Leste ora voando para além-mar, lá
donde vêm os agentes do nosso ocaso, e vão espalhando impurezas
pelos ares que chegam ao destino já com a matéria prima, quiçá
livre de taxas na origem, com que enchem os cofres, solucionando os
efeitos do estoiro da bolha.
Enquanto a canalha esfomeada blasfema, o pároco chefe manda-os
calar, esse DESDEUSADO que traz ao peito o que não devia pelo enorme
pecado que transmite via média, também sem quaisquer
escrúpulos. Quer impor o silêncio perante a fome que certamente lhe
trará perspetivas de muitos servos. E o tal jornalismo
fedorento, que deveria constituir a porta da salvação e a barreira
ao que de fora nos silencia, funciona como o vento de Oeste ou de
Norte que o poeta Alegre imortalizou; “cala a desgraça”.
O que interessa a dor? Se os donos da moeda eletrónica fizessem
favores aos pobres todos seriam endinheirados. Não pode ser!
O alquimista não previu que essa mente eletrónica não fosse
fundida por métodos tradicionais. Os rapazolas políticos, ainda que
com voz de homem, são presa fácil na forja dos Goldman ou dos
Stanley, sem limites de criação e atuação nos mercados que
constituem, jogando nos dois lados da apresentação da mercadoria
(sem quaisquer problemas de justiça), ora fazem subir o preço para
venderem com o lucro que querem, ora fazem descer os preços para
comprarem ao custo que lhes convier, ou ainda à medida da clientela
que constitui o tal mercado que nenhum interveniente nos média se
atreve a definir divulgando personagens, atirando-os para a luz do
dia. Há com certeza um jornalismo instrumentalizado, com ou sem
conhecimento, que chama a isto mercado. Nada nem ninguém os
controla. Basta que lhes acenem, lá nas reuniões de alto poder para
onde os mais influentes são, quando julgado conveniente,
convidados, aí se sentem protegidos pelo poder oculto que impõe a
tais amestrados tudo o que muito bem entendem, para que permitam que
essa espécie de áciaria informática multiplique os registos,
adocicados com altas taxas de sangue para vampirizarem, em
segurança e até à saciedade, se para essa raça que voa do outro
lado do abismo tal limite existir.
Pensava eu que os seareiros, os moleiros, os ferreiros, os
alquimistas de toda a Europa eram inteligentes e asseguravam
fortes sebes de segurança contra os ventos que lhes secam, de muitos
lados, as fontes do pioneirismo europeu em todos os setores que
caracterizam uma sociedade livre. Enganei-me! Para Portugal,
permanecem as viroses vindas algures do Mediterrâneo, e talvez para
a Europa, onde o nazismo não terá desaparecido, ou ainda a raça
bravia que outrora do Norte se evadiu, esteja a regressar do
lado de lá, caraterizem o colunato União Europeia.
Estultícia minha: o Zé não me percebe! O saque continuará até à
rendição total, como se viu em outras partes do mundo. Resta-nos
regressar àquelas profissões que já tínhamos esquecido, mas agora
esse regresso será doloroso.
O afogamento, já lhe ouvi chamar outro nome, estava na forja assim
como o “hipo estoiro”, marcados para meados de 2013. Ainda não
desistiram.
Não há justiça que entenda a conjuntura. Ou então as leis andam
entretidas aí por quaisquer gabinetes, em sociedades
legalistas, que ética e moralmente simbolizam a imperfeição. E
tudo os ventos políticos sopram. O medo e a insegurança também
chega a este pilar da democracia. Que impotência: os tentáculos
dos agressores parecem venerados.
Que ano horrível nos espera
que podemos aguardar?
Em tempos saímos do mar
viemos naufragar em terra.
.
14/12/2012.
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