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Aos meus leitores.
Após este interregno sem escrever comentários no blogue, devido a outros assuntos a que tive de prestar atenção, volto hoje a criticar aquilo que me parece um enorme desprezo pelo futuro dos portugueses.
Em anteriores comentários não escrevi abertamente sobre política, embora a crítica a qualquer facto que ocorra no país a tenha sempre subjacente. Hoje, e como todo o cidadão português, tenho o direito de me exprimir, porque na vida política deste nosso cantinho lusitano, surgem (continuam ...) casos que me obrigam a reagir e porque sinto estarem em causa as boas expectativas de futuro que o povo português deseja e merece.
Uma alta personalidade eleita pelo povo tem de ser ao mesmo tempo respeitada como tal, ouvida quando se dirige aos portugueses e, tão mais importante, ter ela própria em seu conceito, as responsabilidade pelo efeitos que as suas intervenções provocam em toda a população, pelo menos aos residentes, dez milhões que esperam do seu eleito o melhor que sabe para a continuação da construção da casa de todos os portugueses.
Neste sentido, assisti a frases muito pouco consensuais e pouco abonatórias, no que diz respeito ao bom augúrio do que se deve esperar para o futuro, que será, em primeiro lugar uma palavra de esperança e, em segundo lugar que não se entenda como sendo para atirar o país para um buraco que, a ser verdade, não se vislumbraria o fundo.
Ao actual Presidente da república já tínhamos ouvido antes do pior que se poderia dizer como representante eleito.
Na última década do século passado, quem não se lembra da triste e mediática celebre frase "gato por lebre"?
Pois muito bem (mal), sabendo o que as suas palavras podiam originar, aos microfones da televisão tal frase pronunciou, chamando a atenção dos portugueses para o que em consciência, no meu entender e no de outros comentaristas do momento, não devia, essa frase que ficará para a história. Nos dias seguintes a bolsa de Lisboa desceu abruptamente, como se um pedregulho rebolasse da colina da Estrela pela rua de S. Bento com tal estrondo que nenhuma das economias dos portugueses que haviam sido investidas na bolsa escapou sem ser reduzida ao mínimo. Com os bolsos vazios, sorte com a qual também fui bafejado, tudo acabou no silêncio.
Pensava eu que se tinha aprendido uma lição. Nem pensar!
Mais recentemente, coincidente com os ataques mediáticos ao Primeiro Ministro, eleito havia poucos meses, e juntamente com um tal senhor economista (?) que foi presidente de uma associação de bancos, veio abertamente dizer que o país estava num caos e que vinham aí muitas desgraças, o que já a "celebérrima" Sedes havia dito.
Ainda que fosse verdade (está demonstrado que não era) um Presidente da República nunca o deveria dizer, ou autorizar a dizer, quando o interlocutor havia saído de uma reunião conjunta. A ter sido correcta uma perspectiva de desgraça colectiva como transpareceu, o mínimo que "se" poderia ter feito para uma tal resolução era a dissolução do parlamento e a solicitação ao povo para se pronunciar.
Ainda que se pudesse imputar a outrem uma tal afirmação, a responsabilidade cairia sempre sobre os ombros do Presidente. Não houve o cuidado de evitar prejuízos para o país.
Divulgado o parecer também com grande estrondo pelos média, que não se sentem responsáveis pelo que escrevem, logo apareceram os investidores internacionais a subir as taxas de juro a que o erário público tem de se sujeitar quando há necessidade de recorrer a empréstimos.
Quem pediu responsabilidades a quem?
O caso parece tão mais grave quanto nos último dias o Sr. Presidente voltou a dizer que o País está num caos. Tal actuação não tem desculpas ainda que se queira passar a ideia de que é legítima a propaganda política partidária (negativa) que visa substituir o Primeiro Ministro. Um tal álibi não justifica comentários "impensáveis" que prejudicam todo um povo.
Mas, se há um ou dois descuidos verbais de um alto responsável eleito, o terceiro já não pode passar despercebido aos ouvidos dos portugueses. A mais recente afirmação não pode deixar de influenciar o seu sono. Nessa aparente sonolência, eles sabem que o sonho é a última coisa a morrer e, certamente, começarão a pensar no próximo acto eleitoral onde terão oportunidade de escolher alguém que os represente e que, pelo menos, se apresente com um mínimo de independência face a lobbies que se escondem atrás de cortinas não transparentes para todos.
Por estas razões, haja quem as desdiga, Sr. Presidente da República, eleito numa primeira volta em que os votos brancos foram deitados fora: como de direito, cumpra o seu mandato até ao fim e, até lá intervenha quando lhe aprouver, mas com palavras que caiam bem no consciente de todos os portugueses, e a seguir vá para casa gozar a sua reforma, á qual, como todos os portugueses, tem direito.
O povo português saberá escolher quem melhor vier, até por que o lobby que tudo fez para que fosse eleito, como prémio que julgava ser-lhe devido, poderá não ter todas as razões para voltar a fazê-lo.
Quem sair a horas sairá bem!
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