RICOS E PODEROSOS
Este ano a cimeira do G8, que reuniu do outro lado do Atlântico,
parece ter regredido quanto à sua foto de representantes em que a
Rússia terá participado apenas como “observador”; o G8 voltou à
fase do G7 +1, além do particular entre o americano e o francês.
Este retrato, entre Obama e Hollande, com o dólar versus euro a
incomodar as almofadas dos sofás, pode significar que nos EUA
há duas fações que se guerreiam no campo político e monetário e
na sua vertente externa.
Por um lado os norte americanos necessitam do maior mercado
consumidor do mundo, a União Europeia a 27, que existe do lado de
cá, para revitalizarem a sua economia, e por outro querem acabar
como o euro para segurarem a hegemonia da sua moeda. Quem vencerá e
qual o reflexo para o exterior?
Se os norte americanos continuarem a destruir a economia europeia,
existindo alguma “força” deste lado deve ser-lhes dito que a
União Europeia terá de deixar de colaborar com a política externa
norte americana, seja qual for o pretexto que evocam para tal, nas
suas necessidades de intervenção militar, por exemplo, para
debelar focos de terrorismo, ainda que a insegurança ameace todas as
democracias e a paz mundial, tema muito caro para a Europa Ocidental.
O retrato atual entre as duas potências parece uma daquelas fotos
antigas, a preto e branco, em dias de inverno muito nebulosos. As
duas potências são as principais componentes da NATO, onde há
décadas colaboram num esquema de defesa que até agora parece ter
sido eficaz, no entanto uma agride a outra, na tentativa de levar o
povo desta à miséria porque aquela quer destruir a moeda que ameaça
a hegemonia do dólar. Acordos por cima da mesa ataques destruidores
por baixo.
Intrigante! Trata-se de uma declaração de guerra intestina. Terá
sido tudo bem ponderado?
Em que era estamos? No início do século XXI, ou regressámos ás
primeiras décadas do século passado, em que o poder ainda se
rebelava pelo alargamento de fronteiras, numa espécie de fobia para
constituir impérios territoriais, submersos nas fronteiras do
império católico romano, onde os povos eram submetidos à mais
baixa e nefasta das escravidões e do desprezo?
Os norte americanos terão esquecido os seus pais fundadores?
Se um dia vos exigido o pagamento dos prejuízos causados à União
Europeia e indiretamente a outros países, como consta nas convenções
internacionais, onde vão buscar essa montanha de dólares?
20/2/2012.
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