A ARMADILHA
Assegurar que no futuro proximo o poder não regresse às tendências
que consolidaram o atual estatuto constitucional, se possivel
modificando a Lei Base é uma estratégia politica que se está a
revelar de um modo muito intensivo sobre a oposiçao do momento, o
qual inclui slogans de salvação.
A tentativa de levar a oposição a negociar um qualquer acordo de
regime é uma forma de tentar amarrar, nomeadamente a oposição que
possa ter acesso ao poder, aos objetivos que estão delineados para
que a direita volte a ganhar as proximas eleiçoes legislativas, em
2015. A história demonstra que quem faz acordo com o grupo politico
no poder, caindo no slogam da salvação, está a garantir que esse
partido no poder vai ganhar as eleições seguintes. Os frutos de uma
qualquer politica, ainda que apoiada pela oposição, são sempre
colhidos por quem está no governo. O eleitorado assume sempre que
quem governa é responsável pelo estado do país. Neste momento,
fazer um “acordo de regime” para que as tropelias de quem está
no poder político tenham sucesso é um suicídio politico. Os
partidos políticos existem por que têm visões diferentes de ver e
gerir a coisa publica. Logo, se fazem acordo para que a política do
adversario tenha “sucesso”, então os partidos que assim
procederem não tem razão de existir.
Todo aquele militante que preconize um acordo com o adversário
político para apoiar as suas opções politicas, seja a que títulor
for, deve sair do partido onde milita. Para a resolução de
situaçoes políticas conjunturais que alterem o funcionamento
prático da diversidade política, o povo deve ser consultado;
pergunte-se-lhe que partido quer para gerir essas situações
políticas conjunturais ou se quer alguma alteração no equilibrio
de base que sustenta a diversidade de pensamentos.
Se os que foram eleitos, por sua conta não conseguem resolver o
problema a que se propuseram, perguntem ao povo que os elegeu se dá
o seu acordo à politica seguida. De outra forma, pedindo colaboração
a um adversário político é falsear as regras da democracia, com
claro prejuizo para o povo.
9/11/2013.
1 comentário:
Na verdade, aceitar fazer um acordo (mesmo se "pintado" de salvação nacional) num tempo como o que se está a viver, é igualmente aceitar que afinal mais não se é capaz. E que no fim de contas, até se aceitará como bom (ou pelo menos mais ou menos bom) o que aos olhos de quase todos foi pura e simplesmente um falhanço total.
Ou, se calhar, de falhanço nada tem...
E então o que se pretende é que outros também se metam no mesmo barco, como que legitimando as barbaridades (para ser simpático) por si próprios feitas.
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