quinta-feira, 29 de novembro de 2007

PENTADA ESPIRITUAL

(Zé, tu que tudo sabes, quem é quem?) Ó Aurora que me observas, Ó Luz que me trazes vida, Com o "clamor"que na coroa encerras Até p'ra lá do meridiano, na descida, Não admites sinais de "trevas. Foste alta divindade, ancestral, Seduziste imperadores, faraós, Sob teus raios se alimentou o Real. Expulsaram-te do Olimpo, ficámos sós, Dogmatizados, reféns do "sobre natural". Enquanto teu esplendor nos guia Rodopiamos pelos vales, pelos montes, Pela força motriz da tua energia, Espreitamos p'ra todos os horizontes, O que observamos? Vida todo o dia. Quando a Sul te posicionas, Pareces indicar-nos o "recreio" avivando nos jardins os aromas, Nesse ponto dividindo o dia ao meio, Depois, tua viagem retomas. E já debruçado no horizonte, assinala-O, no momento, o Vigia Ao Trio cardeal ali mesmo defronte, Dando como certo o fim do dia Quando, no Ocaso, vê o monte.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

OS EDITORIAIS E OS DIRECTORES

Como classificar alguém que, tendo a "prerrogativa" de usar um jornal para expor os seus pensamentos, se dedica a fazer conjecturas sobre os casos mediáticos do momento, deixando a impressão que não está minimamente preparado para tais análises com algum sentido? Jornalista? Se o editorialista tem uma visão parcial do assunto que vai tratar, mais valia que colocasse alguém mais habilitado a escrever sobre o tema. A não ser que a posição que queira tomar se destine a agradar apenas a alguém e, nesse caso, não interessa se o que escreve faz sentido. A questão coloca-se sempre: a imprensa deve ser livre? Deve, sem qualquer margem para dúvidas! Mas devemos escrever o que nos apetece? Sim! Sim desde que ..., e a liberdade dos outros? A imprensa venezuelana deve ser livre? Deve! Sem margem para dúvidas. A imprensa venezuelana era livre antes de Hugo Chaves? Não! Somete alguns editorialistas com JMF, que evidenciam alguma "ignorância" (primária) em termos de jogos internacionais, podem escrever, ou dar a entender, que a imprensa é livre sempre que o poder político não intervém. Quem está há muito na imprensa deveria saber que esta nunca é livre, nomeadamente no seu caso, em que, se tiver um descuido e colocar o pé, perdão, a caneta fora das "linhas" ..., corre o risco de levar um "chuto" que o mandam escrever editoriais para outro pasquim. JMF deveria ter vergonha quando tenta, ainda que sub-repticiamente, colocar Mário Soares na "lama", por este ter posições que, no momento, parecem desajustadas. A sua visão do mundo está muito para além daqueles que têm apenas como experiência, escrevinhar editoriais. Todo o mundo sabe que M. Soares está sempre ao lado daqueles (povos) que são explorados. É, portanto, necessário dar tempo ao tempo. As respostas hão-de surgir. Mas há uma "blasfémia" ainda maior de JMF. É a de tentar culpar Hugo Chaves pela miséria em que vive o povo venezuelano. Quer dizer, chegou agora e já é responsável pelo que tem sido feito desde há décadas? Sr. editorialista, há quantos anos é que a Venezuela tem petróleo? Pensou nisso? A Venezuela tem essa fonte de riqueza que é, hoje, o petróleo, e o seu povo vive miseravelmente. Para onde foram as receitas? Ao tentar defender a pretensa liberdade de imprensa está a esconder o facto. Pode ser por ignorância histórica. Mas, está a defender quem? O povo venezuelano ou as multinacionais, principalmente espanholas, que têm sugado essas riquezas? O Sr. também é dos tais que pensa que o episódio do "porque non te callas" é meramente ocasional? Os "sanguessugas" estiveram até ao momento a perpectuar a pobreza do povo venezuelano. Como se corrige isso? Com a sua ideia de liberdade de imprensa? O Sr. escreveu uma carrada de asneiras no seu editorial. Pense bem nisso e medite nas suas tendências mediático-libertárias. Independentemente do conteudo do seu artigo e do seu objectivo, o tema é um lugar comum. Já quase toda a imprensa disse a mesma coisa e, nesse caso, no seu editorial referiu-se a coisas de "lana-caprina". Deseja agradar a quem? Ao seu patrão? à Igreja ou ao seu rei vassalo? A quém? Pessoalmente não aprovo quaisquer atentados à democracia, tal como a entendemos na Europa mas, também me irritam posições parciais, sem um mínimo de análise sobre aquilo que se escreve e que revelam um perfeito desconhecimento em matéria de economia internacional. Tem muitos conhecimentos sobre Mao Zedong? Comparou bem as situações? Mande alguém analisar a redação antes de "demagogiar".

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

PARALISIA PSICO-POLÍTICA

Manuel Alegre; como é possível? Uma das atitudes que um verdadeiro democrata, inconformado com a situação política (como é M. A.), nunca deverá tomar, é trilhar os mesmos caminhos dos seus inimigos. Será muito difícil fazer a defesa dos mais desfavorecidos na companhia dos opressores. Volta-e-meia vem a público o problema de M. A. e a sua conduta perante os problemas que a nossa democracia, e a esquerda, enfrentam. Procedeu mal, dizem uns, foi corajoso, dizem outros e ainda, é irreverente e contestatário e isso faz falta à democracia. Pois faz! Mas quando é que essa irreverência e manifestação de inconformismo devem aparecer na discussão pública para alertar o povo, como se presume que é sua intenção, sobre aquilo que se vai construindo nos bastidores á sua revelia? É uma questão de "staff". Um homem mal acompanhado é sempre um deserto de ideias. O que um "revolucionário" nunca deve fazer é, mesmo que determinadas correntes lhe abram as portas da contestação de par em par, derrotar o seu próprio partido, com grande estrondo como foi o caso da co-incineração, ou derrotar o povo que quer defender, como foi o caso da sua candidatura a P.R. Alguns colunistas, como Medeiros Ferreira, disseram que, após as eleições presidenciais, deveria ter saído do partido ou deveria ter formado um partido novo. Deveria? Deveria se ...! Se M.A. tivesse percebido o que estava em jogo e, ainda que posteriormente, se tivesse apercebido como foi usado, não sei que atitude tomaria. De qualquer modo as águas acalmaram. Os mesmos colunistas não perceberam nada do que aconteceu. Não formou um partido porquê? Porque quem se lhe "apegou" para não o deixar desistir da candidatura estava incumbido dessa missão. Mas, logo após o término da campanha essa colagem terminou. No dia da eleição os votos foram parar a outro candicato. Não há exército sem tropas e muito menos a sua formação se faz sem generais ou com generais de capoeira: logo que outro galo cante deixam todos de cacarejar. Claro que outras tantas personalidades foram incumbidas de se colarem a M. Soares, mas este tinha conhecimento do que se estava a passar e, não podendo "excomungar" ninguém, por razões que não são para explicar aqui, sofreu que foi um "dó-d'alma". Também é claro que no dia da votação os respectivos votos foram parar ao outro candidato. M. Alegre, não percebendo que o que estava em causa era a divisão do votos do PS, caso contrário nenhum outro candidato teria tido possibilidades da sair vencedor, acabou derrotando não apenas o PS, nem apenas a si próprio, nem sequer apenas M. Soares mas sim o povo Português. Depois de algumas manifestações, muito pouco inteligentes, de apaniguados..., montados naquele milhão de votos, cairam em si e acabou-se o "movimento". Sabe-se que ainda tem nome mas não passa disso. Há um buraco negro na esquerda? Pois há! Isso M. Alegre sabe, por que se enterrou todo nele. Resta saber qual a força que atrai, para a sua borda de influência, todas as franjas da democracia e o que ou quém cai lá dentro. Como é possível que aquele a quem os democratas devem os maiores elogios por ter acordado Portugal, com a sua voz, face às mordaças que Deus lhe impunha, esteja agora num psico-drama político, dominado por aqueles que a sua juventude combateu? Um democrata com o valor que a história lhe reserva não pode cair num tal ridículo político, nem nunca se deveria permitir influências de auto-suicídio. Claro que é difícil porque esse inimigo estudou bem os caminhos a seguir para vingar a humilhação sofrida com o 25 de Abril. Esse inimigo assim o prometeu em certos momentos, declarações apenas perceptíveis para alguns. E assim tem acontecido. Todos os revolucionários que precipitaram o 25 de Abril, à revelia de Deus, sofreram as suas consequências. Uns foram levados mais cedo, com doenças mais ou menos fatais. Outros já foram vingados na praça pública, com todo o ridículo da situação. Deixemos isso para os historiadores que terão muito que contar se as fontes não secarem e estiverem acessíveis. O que eu não esperava era uma paralisia psico-política de quem sempre se mostrou inteligente. Creio que se houver uma próxima as companhias serão filtradas. Para M. Alegre junto a minha voz à de muitos democratas: reforme-se quanto antes. As saídas devem acontecer sempre pela porta grande. Um bem-haja.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

LOUVÁVEL INICIATIVA A notícia: Criação de uma comissão de "Estética" para evitar mamarrachos nas ruas de Lisboa. Ainda que tarde, é de louvar a iniciativa para que se evitem essas aberrações com que deparamos, não apenas em Lisboa mas também noutras cidades do nossos País. Algumas dessas aberrações deixam-nos a sensação que há empresas ou empresários que não sabem o que hão-de fazer ao excesso de ferro (velho?) de que dispõem. Inclui-se aqui aquele exemplar, irritante, ferrugento, que se encontra no parque das nações, junto a um pavilhão onde se fazem reuniões internacionais ao mais alto nível. Lá dirão os nossos ilustres visitantes, é normal em todo o mundo, nunca haverá bela sem senão. Mas a louvável iniciativa deve ir em frente, não apenas para classificar estátuas. Deve providenciar, também, para que arquitectonicamente Lisboa não seja descaracterizada com os novos mamarrachos, vulgo novas tendências arquitectónicas. "Caixotes com que pretendem marcar a época, essa vaga de novos (?) arquitectos que proliferam pelo país fora. Se a sua estética estivesse ligada a alguma forma inovadora de beleza dir-se-ia que a nova paisagem habitacional estaria para além de tudo o que a história nos legou. Os "castilhos" poderiam ser deitados para o lixo das recordações. O crescimento das zonas habitacionais em Lisboa e em redor fez-se sem Rei-nem-roque, com a chamada "arquitectura dos pato-bravos". "Gaiolas" para a classe média necessitada de casa própria, na segunda metade do século XX. Há bem poucos anos os arquitectos puseram os "pés-à-parede" e cá-vai-disto: nós é que somos os "experts", para isso andámos na universidade. Toca a projectar os respectivos "Caixotes", uma cópia dos desenhos dos miúdos de quatro ou cinco anos mas com as linhas rectas bem definidas. Diga-se em boa verdade que os desenhos dos miúdos são mais bonitos. Sr. Presidente da C M L, não permita que essas imbecilidades arquitectónicas invadam Lisboa, como aquela aberração que foi aprovada (?) no mandato da vereação anterior, para a zona do Cais do Sodré. Lisboa é uma das cidades mais bonitas do mundo. É verdade que necessita da cara lavada em algumas zonas, dado o seu interesse turístico mas, por favor, não deixe que a descaracterizem sob qualquer pretexto, seja qual for o tipo de construção. Ainda que as "novas tendências arquitectónicas" bufem, não ceda. Sinceramente, não gostaria de ficar a saber que iria constar na história como o Presidente destruidor da "imagem" de Lisboa. Esse panorama de uma cidade, admirada por visitantes de todo o mundo, também conta para o nível de vida dos seus habitantes. Leve por diante a sua iniciativa e não se coíba de confrontar esse "analfabetismo" arquitectónico de hoje com a traça milenar ou centenária, lusa, ribeirinha, que caracteriza a nossa Lisboa. Os seus habitantes saberão fazer as respectivas apreciações. Não se esqueça que as "Sete-Colinas" constituem um símbolo de perfeição.