sexta-feira, 2 de novembro de 2007

CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

LOUVÁVEL INICIATIVA A notícia: Criação de uma comissão de "Estética" para evitar mamarrachos nas ruas de Lisboa. Ainda que tarde, é de louvar a iniciativa para que se evitem essas aberrações com que deparamos, não apenas em Lisboa mas também noutras cidades do nossos País. Algumas dessas aberrações deixam-nos a sensação que há empresas ou empresários que não sabem o que hão-de fazer ao excesso de ferro (velho?) de que dispõem. Inclui-se aqui aquele exemplar, irritante, ferrugento, que se encontra no parque das nações, junto a um pavilhão onde se fazem reuniões internacionais ao mais alto nível. Lá dirão os nossos ilustres visitantes, é normal em todo o mundo, nunca haverá bela sem senão. Mas a louvável iniciativa deve ir em frente, não apenas para classificar estátuas. Deve providenciar, também, para que arquitectonicamente Lisboa não seja descaracterizada com os novos mamarrachos, vulgo novas tendências arquitectónicas. "Caixotes com que pretendem marcar a época, essa vaga de novos (?) arquitectos que proliferam pelo país fora. Se a sua estética estivesse ligada a alguma forma inovadora de beleza dir-se-ia que a nova paisagem habitacional estaria para além de tudo o que a história nos legou. Os "castilhos" poderiam ser deitados para o lixo das recordações. O crescimento das zonas habitacionais em Lisboa e em redor fez-se sem Rei-nem-roque, com a chamada "arquitectura dos pato-bravos". "Gaiolas" para a classe média necessitada de casa própria, na segunda metade do século XX. Há bem poucos anos os arquitectos puseram os "pés-à-parede" e cá-vai-disto: nós é que somos os "experts", para isso andámos na universidade. Toca a projectar os respectivos "Caixotes", uma cópia dos desenhos dos miúdos de quatro ou cinco anos mas com as linhas rectas bem definidas. Diga-se em boa verdade que os desenhos dos miúdos são mais bonitos. Sr. Presidente da C M L, não permita que essas imbecilidades arquitectónicas invadam Lisboa, como aquela aberração que foi aprovada (?) no mandato da vereação anterior, para a zona do Cais do Sodré. Lisboa é uma das cidades mais bonitas do mundo. É verdade que necessita da cara lavada em algumas zonas, dado o seu interesse turístico mas, por favor, não deixe que a descaracterizem sob qualquer pretexto, seja qual for o tipo de construção. Ainda que as "novas tendências arquitectónicas" bufem, não ceda. Sinceramente, não gostaria de ficar a saber que iria constar na história como o Presidente destruidor da "imagem" de Lisboa. Esse panorama de uma cidade, admirada por visitantes de todo o mundo, também conta para o nível de vida dos seus habitantes. Leve por diante a sua iniciativa e não se coíba de confrontar esse "analfabetismo" arquitectónico de hoje com a traça milenar ou centenária, lusa, ribeirinha, que caracteriza a nossa Lisboa. Os seus habitantes saberão fazer as respectivas apreciações. Não se esqueça que as "Sete-Colinas" constituem um símbolo de perfeição.

Sem comentários: