sexta-feira, 11 de abril de 2008

...ANTES O QUE TEMOS QUE TAL SORTE

O que nos irá acontecer na próxima legislatura? Se o desejo de alguns espíritos de além norte se concretizar, o regresso à posição cimeira na Administração da Coisa Pública por uma determinada corrente política não augura futuro risonho quer para a projecção portuguesa no mundo quer para o desejável desenvolvimento interno de uma cultura política que transmita aos portugueses confiança no futuro. Quem quer que seja que se candidate ao lugar, deve ter presente que os actos que envolvem o futuro dos portugueses são de notória responsabilidade. A caricata proposta de um desses candidatos a "servo do Reino dos Portugueses" é ilustrativa dessa bebedeira de grupo que sempre atrasa a recuperação de um estado sóbrio, de pensamento correcto, livre e de objectivos claros via Século XXI. Luís Filipe Menezes, calculem, aventou que as situações de prevenção da constitucionalidade deveriam caber aos tribunais comuns. Quem tem a pretensão de um dia administrar o seu país prepara-se para levar consigo o conceito de que as questões constitucionais são um problema comum, banal (que me desculpem os tribunais comuns). Já não bastava a montanha de processos em que os tribunais estão "embrulhados", ainda lhes querem empurrar outros que requerem muita concentração, sabedoria, disponibilidade de tempo e ausência de pressões, nomeadamente de politiquices de rua. É uma situação confrangedora que apareçam políticos com pretensões a administrar a coisa pública e que, dizendo o que pensam, atiram órgãos de soberania para a sarjeta das coisas comuns. Sem pensarem o que dizem, tratam a Instituição Presidência da República como se esta não merecesse o mais alto respeito de todos os portugueses. Que o Senhor Presidente da República perdoe aos inocentes.

Sem comentários: