quarta-feira, 4 de junho de 2008

MANUEL ALEGRE COMO PEÃO

Está em curso, com vista às próximas eleições parlamentares, um "esquema" idêntico ao que foi utilizado na última eleição para a Presidência da República. A direita por si só não tem votos suficientes para ganhar as eleições com maioria absoluta ou mesmo para governar de acordo com os seus desígnios. É, por isso, necessário dividir o eleitorado do PS.
Manuel Alegre é o veículo. A sua ingenuidade revolucionária e de afirmação esquerdista presta-se, abertamente, a que o poder de instrumentalizar a mente colectiva actue na cena política a seu belo prazer.
Nunca imaginei o político, o poeta, M. A., instrumentalizado, ... usando a sua visibilidade mediática para lutarem contra aquilo que ele próprio defende.
É um facto o que diz; Portugal precisa de uma nova revolução. Concordo inteiramente com o seu pensamento (com o que pensamos) sobre o que se está a passar em matéria de desigualdades, etc.. Apenas um lembrete; tal situação social portuguesa não é de agora. Recomeçou há mais de vinte anos, embora poucos tenham dado por isso, incluindo M. A.. Provavelmente naqueles anos em que ele andou distraído com a sua poesia.
O PS aplica políticas de direita? E o M. A., preocupou-se com o descontrolo das contas públicas? Penso que sim! Então como resolvia o problema?
Para chamar a atenção dos portugueses, um socialista não deve utilizar os mesmos processos utilizados pelos adversários políticos, juntando-se a eles, que apenas visam a desacreditação do PS. Esses pequenos partidos não se vêm com hipóteses de contraírem responsabilidades governativas, pelo que podem anunciar todos os disparates que entenderem.
O PS herdou uma situação crítica, com grandes responsabilidades imputadas à direita e, ao encontrar-se com esse menino nos braços, mediante o aperto e muito bem da UE, qual seria o caminho?
Democracia popular? Em que era estamos?
Uma coisa é certa; são necessárias as chamadas de atenção, com alguma permanência, para que o esquecimento não se apodere de quem tem a função de distribuição mas, lutar contra o único partido português que melhor a pode praticar é uma actuação que carece de muita reflexão.
Manuel, entregar o poder político à direita é o contrário daquilo que pretendes. Ver-te como peão da direita e da estratégia da Igreja é que nunca me tinha passado pela cabeça.
Estou errado?

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