A esquerda portuguesa, por vezes, deixa-nos incrédulos pelas intrigantes atitudes políticas que, manifestando-se na sua área política, colabora com os "inimigos" que sempre actuaram no sentido de devolverem o poder político à direita retrógrada (camuflada sobre outra capa) que sempre destruiu as hipóteses de Portugal acompanhar o pelotão da frente do desenvolvimento.
O "camarada", denominação que obriga a uma certa justeza de actuação perante os seus pares, tem obrigação de saber, para além do vulgo, que a procura do Graal é a procura da "Verdade" e, como não é de admitir que Manuel Alegre desconheça a realidade política, nomeadamente porque foi preso e exilado político, a sua postura parece uma contradição algo aberrante, colaborando, de "mãos dadas", com os apêndices dos seus carrascos, sempre com a pira pronta para lhe lançarem a tocha.
Os estrategos políticos do "Governo Católico para Portugal" devem estar a rir às gargalhadas e a esfregarem as mãos de contentes, espreitando a cena.
O movimento Graal é de esquerda? Admite-se a tendência mas, sem rejeitar a dúvida, querem lá ver que a Igreja Católica sempre foi de esquerda e "Eu" nunca dei por isso?
Mas que distracção!
Numa coisa eu concordo com M. A.; estarão lá, na pretensa festa, "muitas" (?) organizações que o apoiaram na candidatura à Presidência da República. A Igreja Católica obviamente! O caricato da situação é que dá a impressão que M. A., já a algum tempo de distância, ainda não percebeu por que foi apoiado por aquela instituição.
A liberdade de opinião e todas as demais liberdades que existem num partido como o PS não implica que um militante, por muito alto que se tenha alcandorado, deva juntar-se à oposição, declarada ou não, fazendo um comício contra o próprio partido.
Será que no PS não existem órgãos ou espaços onde as divergências se façam ouvir ou será que M. A. apenas se identifica com uma esquerda à sua maneira, como um poema que se escreve para o "Zé" se deleitar, sem que se aperceba se o significado, ainda que com rima correcta, se ajusta ou não à realidade?
Solidarizar-se com os cidadãos contra certa políticas ... é politicamente saudável mas, lutar contra o próprio partido, de fora para dentro, parece grave. Há qualquer coisa que não joga bem e, normalmente, a culpa nunca é apenas de uma das partes.
Outra coisa não muito clara se passa para que as influências se estejam a fazer sentir de fora para dentro. E não é só de agora.
Com grande desilusão minha tenho de concluir: o REVOLUCIONÁRIO que não conhece o seu principal inimigo não o é.
Além disso, nunca tive grande apreço pelos movimentos que se dizem independentes.
Cuidem-se
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