terça-feira, 23 de junho de 2009

-------------O GRUPO DOS VINTE E OITO------------

Como é possível que vinte e oito personalidades tenham aventado o "panfleto" das "reformas estruturais" sendo que, aquilo que pretendem como "Velhos (inadequados) do Restelo", é contra essa reforma estrutural, no que aos transportes diz respeito, que Portugal tanto necessita? Travar o desenvolvimento? Alguns desses senhores, quando passaram pelo governo, por outra coisa não ficaram conhecidos senão por acentuarem esses desequilíbrios. Seria coerente que quem assinou tal documento, economista ou não, explicasse aos leitores (votantes a conquistar?) o que é isso de desequilíbrios estruturais. A avaliar pelo que constantemente aparece nos média sobre o tema e pelo conteúdo do documento em causa, há dúvidas sobre o conceito de estrutura onde assenta ou, no caso, onde deveria assentar a base da economia portuguesa.` Ó senhores professores universitários, iniciados nas politiquices: então os senhores que são "obrigados", pelas funções que desempenham, a lidar todos os dias com temas ou análises à economia (ou às economias) escrevem, sem mais explicações, que a última década da economia portuguesa foi, relativamente, a pior dos últimos oitenta anos? Quem propôs esta frase para ser lida por muitos milhares de pessoas tê-lo-á feito como economista? Tenho dúvidas! Analisou (?) e comparou (?) algumas estatísticas, "varreu" a economia portuguesa como se fosse um candidato a uma qualquer câmara municipal (como é óbvio tem a ver com uma pequenina parte do todo) e cá vai disto: tirou as conclusões (tenho de ser bem pago como consultor). Quem não sabe analisar a economia de hoje, pelo menos é o que demonstram, como é que pode tirar conclusões de um período de oitenta anos, sendo que muitos dos vinte e oito, que nasceram na primeira parte desse período, como diz o povo, com o "rabinho virado para a Lua", enquanto a fome, a miséria, ..., corriam pelas ruas, juntando a essa lástima o analfabetismo perfumado de latrinicidade, pode falar em retrocesso? Mas quem quer avaliar o quê? Dizem: os grandes projectos devem ser apoiados por economistas, gestores, engenheiros, ... como consultores ... Claro meus senhores! E esse apoio consultivo deve ser bem pago! É preciso não ter vergonha do que (camufladamente) se pede: ainda um outro partido não está no governo e já estão a segurar o seu próprio emprego. Querem avaliar o quê, a economia do país ou a vossa? É claro, "grávidos" da esperança de um novo governo que assegure o emprego, em antecipação, só poderiam ter produzido um aborto; uma banalidade que corre aí pelos média, à semelhança de um tal documento dos "quinhentos" de há poucos anos, que nem chegou a ser aborto. Tenho dúvidas se são "associações" de economistas ou de gestores de circunstância, a avaliar pelos documentos paridos. ... estudos de custo-benefício com qualidade técnica, dizem. Mas, onde estão? Quem os faz ou quem já os fez? Ou estão a pôr em causa os estudos que foram feitos para os projectos em discussão? Não basta ter o grau académico de professor universitário para que, na prática, exista qualidade técnica. Senão, como têm acesso aos média, expliquem lá onde estão os projectos saídos do grupo? Não são visíveis. Mas, como de costume, aplicam-se alguns conceitos matemáticos (formulas) que dão para tudo, público ou privado. Depois sai borrada. Se estiver a ser inconveniente expliquem-me onde estou a errar. Desde já esclareço que não estou a analisar as pessoas enquanto tal mas sim uns "técnicos" universitários que se afirmam altamente qualificados. Os tais vinte e oito que, num grande projecto de investimento, apenas falam de gastos. Espero bem que a sua área de ensino não seja essa, cujo manifesto subscreveram. Os que se agrupam seja em manifesto escrito ou sobre qualquer outra forma organizativa, apelando para que os "grandes projectos" governativos não se façam sem o SEU apoio consultivo só podem ser considerados de BANDO, quiçá susceptível de investigação criminal. O dinheiro dos contribuintes não pode ser o cofre apetecido para quaisquer grupos consultivos. Ó senhor economista chefe dos banqueiros: o país está endividado? Onde estava o senhor quando o "sistema bancário português" começou a caminhar para o "monopólio" (aquisições, fusões, OPA, ...) e se passaram a remunerar os depósitos com taxas abaixo do nível de inflação, ou pura e simplesmente não os aceitavam, desviando os clientes para outras aplicações. Deixaram-se de financiar devidamente as empresas, recorrendo os bancos ao "mercado externo" (mais barato?) para jogarem na bolsa, tornando as comissões uma fonte quase inesgotável de lucros financeiros ... endividamento ao exterior, lucros altíssimos, fora de contexto (a conjuntura não os justificava), distorções no andamento da economia, ... Como se endividou o país? Se o senhor tem alguma responsabilidade (duvido) no aconselhamento dos bancos quanto ao seu jogo financeiro (bolsista), de "marketing panfletário", de a banca portuguesa ser das melhores do mundo (e o país a empobrecer?), então é um dos responsáveis pelo agravamento dos desequilíbrios estruturais. Não lhe pesa a consciência? Ganha bem (sem que isso seja criticável) e olha de cima, da sua janela, vê o povo "rasca" e diz: que desequilíbrio estrutural! Como o país tem caído ... Bem ...! Não se podem aumentar os salários ... olhem o perigo da inflação. O senhor que também tem acesso aos média não quer explicar, economicamente, a situação e desenvolver o tema do tal desequilíbrio relativo e a sua ligação aos projectos que estão a mandar parar? A melhoria da qualidade do investimento é um imperativo? É! Mas aí é necessária uma actualização constante dos métodos de análise, previsão e execução. O que andaram os senhores a fazer, alguns de vós já na idade da reforma, para neste momento se colocarem fora da "carroça" ... não conseguem perceber que se estão a criticar a vós próprios? ... e também só após uma reavaliação do modelo PPP em função dos encargos e riscos futuros para os contribuintes ..."é duvidoso que os grandes projectos de investimento público sejam considerados urgentes"? Ó senhores economistas (ressalvo os senhores licenciados em gestão de empresas e outros que, possivelmente, não estarão suficientemente preparados para esta análise), o mundo económico dos grandes projectos existe há milénios. Basta que recorram à história. Como seria o mundo desenvolvido de hoje se não tivessem existido esses projectos megalómanos e todo o tipo de utopias por que passaram os vários estádios do desenvolvimento económico? Senhores do grupo dos vinte e oito; Portugal tem oito séculos de história mas podem começar, por exemplo, desde um período de há dois mil anos. Passem por Roma e vejam se conseguem imaginar quanto do sangue e do suor dos nossos antepassados está emparedado naqueles monumentos. Claro que os exemplos são muitos, basta que subam uns degraus na história e também cá, entre fronteiras, os encontrarão relativos a várias épocas. Qual terá sido o efeito nas gerações que se seguiram? Um economista deve ter bom senso quando analisa os efeitos futuros de qualquer projecto. Se repete o que anda aí pelos média, à superfície, duvido do seu conceito de economia. Duvido, também, que os senhores não admirem o que de grandioso foi feito, em certos períodos da história, ainda que com prejuízo, sempre, de alguém. Mas se pensam que não há relação nenhuma entre esses projectos e o estádio da economia de hoje, então está explicado o porquê de não perceberem a situação económica deste início do século XXI. O economista que manda parar a economia não o é. Pelo menos quando assinam manifestos da carácter político não se intitulem de economistas. Basta que dêem a entender, como fizeram, que procuram salvaguardar o estatuto de "consultores", no futuro período pós eleições legislativas de dois mil e nove. Senhores economistas de nomeada: então fazem sair um documento com grande impacto mediático que apenas se debruça sobre alguns grandes projectos em discussão? Não seria de "bom-tom" que "o grupo dos vinte e oito" se tivesse debruçado sobre a economia portuguesa? Uma boa elite faria isso. Ó sr. Mateus; qual o impacto de um tal projecto nas contas nacionais? Já ouvi alguém dizer que "a burrice económica está na rua à procura de emprego". Não apoio essa classificação, mas os senhores não trouxeram nada de novo. Não fizeram qualquer análise económica. Quem se intitula economista ou professor universitário e põe na rua um manifesto destes não tem outra classificação que a de BANDO à procura de emprego. Se ainda assim acharem que estão certos ... é melhor que se repensem como economistas. O país concreto espera. ----------J. Faustino, economista.

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