A parcialidade dos média fará parte das linhas editoriais?
Todos os "grupos" de interesses devem ser solidários! É essencial que funcionem bem mas, uma grande parte dos jornalistas, funciona como um grupo de vespas: quando algum é atacado e corre o risco de ficar sem o "pelouro", zumbem todos os outros à volta dos pretensos intrusos - não mexer, não mexer ... independência, independência ... Só que essa independência é um caminho muito estreito onde não cabem os zangões.
Grande parte dos jornalistas são nitidamente parciais nas suas análises, com a agravante de se inclinarem para o apoio aos pseudo-economistas panfletários, cujas investidas, na sua acção para se atirarem ao vento para que os vejam, mais não fazem do que acentuar os problemas internos que a crise internacional nos trouxe.
A parcialidade do director do público contrasta nitidamente com a posição neutra de outros jornalistas em relação a grupos de pressão. Elogia uns, cujo manifesto publicou, e critica outros sem que tenha publicado uma linha acerca do que critica.
Dois destes grupos, diferenciados quer em número quer em posições perante o próximo futuro, vieram a público com os seus manifestos. O que fez grande parte dos jornalistas? Ao BANDO dos vinte e oito dão-lhe toda a visibilidade, e aos outros, mais de cinquenta, esquecem-nos ou chamam-lhes nomes.
Raramente me sinto em consonância com o que parte dos jornalistas escrevem mas, desta vez, embora não na totalidade, sinto-me sintonizado com Rui Tavares. Resta-me saber se ele se identifica com o que vou dizer.
Vários economistas, antes do rebentamento da bolha, chamaram a atenção para o que estava para acontecer. Muitos outros, onde me incluo, estavam a escrever nos seus diários todos os sintomas que a doença ia tornando visível, fazendo os seus resumos sobre a possível chegada da epidemia, guardando para si, ou talvez para futuras publicações, essas análises. A estes não era possível responder mas, quanto aos que alertaram para a possível crise, surge normalmente a pergunta: onde andavam os jornalistas? Preocupados com os seus umbigos à volta dos seus "clubes nocturnos"? Mais preocupados em atirar o seu quarto poder contra os eleitos ...?
É certo que alguns, os que provavelmente têm os pés assentes no chão, chamam agora a atenção para o facto de a crise ter sido anunciada antes de ter acontecido. No entanto, a pós-censura não emenda os desacertos com a análise da conjuntura no momento, além de, pela informação que ficou no tinteiro, terem contribuído para agravar a situação económica já de si periclitante, o que continuam a fazer, de um grande número de empregados e famílias.
A quem escreve todos os dias para que milhares de pessoas os leiam, fazendo disso profissão e tirando daí os seus proventos, não se pode desculpar por repercutir todas as asneiras que economistas, os quais apelidam de nomeada (como diz JMF), aventem sem se preocuparem com os resultados. Se não sabem ... consultem quem esclareça, em vez de funcionarem como simples caixas de ressonância.
Talvez os jornalistas se reconfortem a si próprios pelo poder que sai dos seus desaforos. No entanto, não se livram da acusação de, mais do que os políticos, serem considerados, também, causadores da crise e dos problemas que uma boa parte do povo enfrenta.
Uns não farão a mínima ideia dos problemas que as suas incultas tropelias criam, outros tentarão passar ao lado de tudo isso, considerando-se, com regozijo, os denunciadores de pretensas más políticas. Resta saber se têm alguma ideia do que sejam as boas.
Porque é que cada um dos jornalistas não tenta fazer uma auto-análise, mesmo que introspectiva, dos seus contributos para o bem comum e os confronte com a sua consciência?
Glorificar-se-ão se o doente morrer? Olhem que o "doente" não são os políticos a abater mas sim o povo, do qual, queiram ou não, vocês fazem parte.
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