quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

-------SÍMBOLO NACIONAL NA GAVETA-------

"A partir do lembrete de Eduardo Lourenço".
O verdadeiro sentido patriótico sobressai, sempre, de quem tem uma opinião esclarecida sobre tudo o que acontece no seu país, e uma preocupação constante com acontecimentos relacionados que, por relevantes, nunca são deitados ao esquecimento.
Eduardo Lourenço sugeriu o Mosteiro dos Jerónimos como morada final (e eterna, digo eu) para a última bandeira "arriada" definitivamente, como símbolo do Império. Macau foi o lugar do mundo, a mais longínqua paragem onde os portugueses hastearam esse estandarte que tem no seu "centro" verde-rubro, a esfera armilar, e que mais nenhum país do mundo ostenta ou tem o direito de ostentar.
Acompanhei, via notícias de imprensa, o trajecto da bandeira desde o seu último dia em Macau, como símbolo representativo de território sob administração portuguesa, passando depois por caminhos, por onde não devia, até chegar a Portugal. O que eu desconhecia era o desprezo, que se pode imputar às forças armadas como instituição que tem o dever de protecção, mas com maior acuidade a Rocha Vieira, último governador e "protagonista dessa "honrosa" e última viagem, a que o símbolo foi votado, ainda que, certamente, o tenha deixado ao cuidado da Presidência da República.
Desconhecia o que tinha acontecido àquele Estandarte, nem mais lera notícias sobre o paradeiro de tão importante símbolo nacional mas, calculava eu que o tivessem destinado a um lugar onde o Povo Português tivesse a oportunidade de o visitar, quem por lá passasse, e de relembrar um dos importantes episódios de cinco séculos da história portuguesa além fronteiras, tanto mais significativo quanto, neste momento, autores estrangeiros escrevem que foi Portugal a dar início à globalização em que o mundo agora vive.
O nosso brilhante ensaísta (que outra personalidade haveria de ser?) sugeriu o Mosteiro dos Jerónimos. Os símbolos eternos e de importância histórica, serão sempre bem "vistos" onde fiquem.
Eduardo Lourenço viu e mediu bem! Não se pode encerrar numa qualquer gaveta, tanto pior na de um "ajudante de campo", uma parte da história que representa a alma de todos os portugueses.
É urgente, para que não volte a cair no esquecimento, que todos os órgãos de soberania, tarefa que cabe também a todo o Povo Português, se perguntem onde pára aquele importante Símbolo Nacional, e qual o trajecto que o último governador de Macau fez no regresso a Portugal, com certeza que para o entregar, em primeira mão, ao Presidente da República.
E também importante, qual e porquê o destino que lhe foi dado a seguir?
Seria de correcta observância que se tomassem medidas para que daqui a alguns anos, possivelmente quando esta geração, que ainda se recorda do acontecimento, já tenha passado para a vida eterna, ainda se saiba onde pára a última bandeira representativa do Império Português. Senão os vindouros assistirão, um dia, à sua saída do baú de alguém para as mãos de um qualquer coleccionador, a troco de bom dinheiro.
A bem do nosso registo histórico.
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sábado, 21 de novembro de 2009

-------OS NOVOS ROSTOS EUROPEUS-------

Escolha tão rápida quanto inesperada.
A surpresa caiu com tal estrondo em toda a imprensa da União Europeia que os normais fazedores de opinião ficaram sem uma ponta de velo para iniciarem a meada.
Todas as hipóteses que haviam sido jogadas para cima da mesa, à espera que a bolinha caísse num dos quadradinhos, ficaram vazias.
Mas, derrotas, se com estas nomeações existem, não foram para os apostadores da imprensa. Haverá protagonistas cuja derrota tenha representado o fracasso de uma vida, por muito brilhante que ela tenha sido.
Ninguém se terá lembrado que Deus nem tudo pode e, quem anda a saltar de altar em altar, na esperança que o divino o veja, tal como já tinha acontecido a quem, ao tempo, não era conhecido, esqueceu algum pormenor ou, no jogo de bastidores, não se tratou de influenciar a homilia apropriada.
Esqueceram-se, por exemplo, que Bush já tinha terminado o mandato e, embora o outro principal parceiro ... ainda ocupe o seu altar, era simples de prever que o jogo, a fazer-se, seria numa outra mesa. A quadricula a preencher, certamente seria de outra cor.
Quando Barroso apareceu à luz da Europa, houve um bruaá de espanto; a maioria aceitou mas, ninguém percebeu, nem como nem porquê.
Blair talvez soubesse. Tudo indica que sim, dado o seu caminho no pós primeiro ministro de Inglaterra, mas errou no Verbo. Como não se comemorava nenhuma batalha de Waterloo, ninguém se lembrou de proporcionar qualquer acontecimento que justificasse o encontro desejado. Então, a palavra não foi adequada. Sem ligação entre os respectivos poderes, perdeu!
E agora?
É claro que, como aconteceu antes, os agora nomeados irão assumir os lugares e, daqui a algum tempo, chegarão os respectivos elogios. Na União Europeia, e durante os próximos anos, a grande responsabilidade continuará nos governos do estados. Não poderá ser diferente, para bem da União, portanto, os nomes pouco interessam.
A responsabilidade de contentar 500 milhões de europeus continuará repartida.
Blair seria factor de desequilíbrios vindos de lobbies não confessados, além dos sinais de dependência que já havia demonstrado.
Surpresa?
Se sim, está visto que o poder de observação dos média anda muitas vezes por terrenos alagadiços e arenosos. Os mais experimentados não. Esses sabem que sempre terrenos movediços, e como tal não dão palpites, esperam o evoluir dos acontecimentos. Talvez seja por isso que são os que têm menos voz.
Esperemos agora os seus comentários.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

------AS TROPELIAS DO CAIM SARAMAGO-----

Perante a intempestiva declaração pública do lançamento do livro "Caim", saltaram para os média, de imediato, intempestivas reacções à ousadia literária daquele que, vivendo dos escritos que imagina, se exprimiu em sentimento não profundamente esclarecido sobre as intenções dos milenares escritos, mais no sentido de obter um êxito nas vendas, facto que interessa sempre quer a editores e livreiros quer aos escritores, parecendo ter sido esse o objectivo primeiro, e não o de denegrir o que quer que seja que se encontre escrito no Livro que resultou da primeira compilação de textos anónimos e o primeiro "impresso", com inegável influência na civilização ocidental. É certo que um escritor consonante com qualquer das congregações que têm por base a interpretação que fazem da Bíblia, não se atreveria a questionar o seu conteúdo, quer interprete ou não alguma coisa que lhe faça sentido a partir dos respectivos textos. O que parece, no entanto, é que quem mais se pronuncia sobre aquilo que considera um ataque ao "Livro Sagrado" são os "curas". Quer leigos quer frequentadores das oficinas da religião, ninguém parece saber ler os textos lá incluídos, sejam do primeiro ou do segundo testamento. Uns, mais contidos, limitam-se a discordar e até a achar que há homens que com a velhice perdem o medo e se atrevem a criticar o instrumento literário, suposta causa principal de um império que dura há dezasseis séculos. Hoje a audácia anda à solta, uma vez que as fogueiras ateadas pelos juízes dos autos de fé, há muito que se apagaram. Outros, mais ávidos de chamarem a atenção dos que, ocupando os púlpitos de todas as freguesias do país, querem atrair a atenção dos seus "donos religiosos", e entornam-se completamente, derramando palavras com a intenção de enxotar os "cães vadios" que, com os seus palavreados de solta inspiração, são factor de desvio do rebanho, aumentando constantemente o número de ovelhas tresmalhadas. Em primeiro lugar, a bíblia, quer os escritos de antes da nossa era, A.T., quer os escritos (gregos) dos séculos II e III, N.T., deve ser lida e interpretada por quem "sabe", à luz dos motivos por que foram escritos e no contexto remoto de uma época que nos escapa, tendo sido transcritos, copiados, copiados, ..., as vezes que não sabemos. Em segundo lugar, nenhum texto contido na Bíblia deve ser entendido à "letra", e a interpretação das alegorias e outras figuras literárias não está de modo simples ao alcance de todos. Pelo que me é dado observar, quem menos parece (?) saber interpretar esses textos são os "obreiros da igreja" que em todas as missas falam neles, dando-lhes o sentido que lhes convém, repetindo apenas alguns até à exaustão, sempre com interpretações que mais parecem avisos, a quem não se submeta ao rebanho. Talvez por isso, mais pareçam uma charada simplória em cada tempo e lugar. Uma Verdade ditada pela Natureza nunca teria necessidade de instrumentos humanos guardiões do "trabalho de Deus". Quer os que criticam ferozmente ... quer os que tiram benefício da hipotética revelação, colocam-se fora deste mundo. Parafraseando Miguel de Unamuno, no decorrer da história lá aparecem, de vez em quando, os "hereges" a matarem as insuspeitas teses religiosas como instrumentos de domínio. Reagindo, logo aparecem os donos daquelas teses, insuspeitos donos da Verdade, a matarem as audazes heresias. E assim, neste liberto mundo do século XXI, lá continuam, matando-se. Uns e outros, sem atribuir a inevitável razão a quem quer que seja, não esqueçam: o Tempo é uma prerrogativa da Natureza e nesta está contida a Verdade! Aquele revela-la-á sempre, demore o tempo que demorar. Não será nos nossos dias, mas chegará a era em que aqueles que sempre tentaram defender a sua condição hegemónica numa das partes do mundo, recorrendo à guerra quando foi necessário, condenando aqueles que apelida de hereges por discordarem da religião imposta, terão chegado à conclusão que não valeu a pena terem sacrificado tantos "inocentes". Quando por esse meio não conseguiram dominar os pensamentos, criaram a figura do teólogo, passado a curso superior interno, como resposta ao atrevimento dos filósofos no seu irreverente levantar de utopias pela pesquisa da Verdade, mesmo em épocas da justiça eclesial das fogueiras. A tentativa de ocultar a verdade pelo fogo não surtiu efeito. Por muitos passos de gigante que a ciência tenha dado, as cavernas ocultas da Natureza ainda têm muito que revelar e, o que caminha fora Dela cego anda desde Gomorra. Mas o mais interessante deste episódio é que, no percurso daquela odisseia que Saramago "atribui" a Caim, tenha surgido logo na segunda etapa das peripécias, um macho latino em terras hebraicas, mais do que cumprindo a ordem tribal "crescei e multiplicai-vos", são autênticas imagens de um filme de "sexo e crime". Vá se lá saber que mais tropelias existem na imaginação da irreverente Terceira Idade, onde o estatuto não permite, mesmo aos Senhores do Mundo, reis das catacumbas, classificar de heresia ou pecado. Há fenómenos assim. Era necessária uma antecipação à Fúria Divina que aí vinha. Ai vende, vende! .

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

---------ESCUTAS, OMISSÕES E INTENÇÕES ...----------

Enfim, a comunicação que se esperava! Acordos? Tudo indica, agora, que existiam ... e por isso, se os houve, acordos são acordos, tudo bem durante a sua vigência. O governo que vier já não passeará na praia como em águas algarvias. O ambiente aquecerá de modo a não se poder andar descalço, como se as (erradamente) chamadas "alterações climáticas" tivessem começado por este "cantinho" europeu. Na legislatura que agora termina não foi percebida, até ontem, qualquer palavra menos abonatória que "implicasse" o governo, fosse no que fosse. Para a próxima legislatura o mote está dado: o governo que vier terá a sepultura à espera para quando for oportuno. A quem interessar, tenha isso em conta. O que terá acontecido para que viessem à superfície problemas como as "escutas" em época eleitoral? O assunto não é claro nem foi esclarecido pela comunicação ao país. Logo o problema será mais profundo do que parece. Ventos alísios fora de tempo são mau augúrio. O que parece não vir à superfície são os cozinhados, lenta e progressivamente, nos caboucos da construção dos factos que influenciam e moldam o consciente (e subconsciente) colectivo. Escutas haverá sempre e, ainda que pareça não vir a propósito, lembremo-nos da religiosidade do Povo Português que, segundo se diz, tem uma maioria de noventa por cento. Portanto, Deus está em todo o lado, logo não haverá lugar que não possa ser escutado. O problema será, apenas, o tempo correcto para se falar nelas, além do modo como agimos quando detectamos que elas existem. Estou convencido que Deus não gosta de irritações por nos toldarem o espírito. Problemas com apoiantes, e da área política do Presidente, deram brado recentemente na comunicação social, relativas a comportamentos pouco favoráveis a quem quer permanecer imune a quaisquer actos menos lícitos ou a guerrilhas partidárias. A irritação manifestada é estranha, pois essas guerrilhas deveriam ser consideradas de menor importância. Não sendo assim, e para quem quiser perceber, a bonomia acabou, o que é perceptível na frase "... o partido do governo...", em tom irritado. Quando a água começa a ferver na panela há o risco do borbulhar da fervura fazer saltar a tampa se o lume não for contido em limites ajustados à sua contenção. O certo é que a tampa saltou e, agora, para retomar o caminho correcto só perguntando ao Povo quem quer nos órgãos administrativos da coisa pública, TODOS os dependentes de eleição, sem excepção.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

----------O ESTADO DA ECONOMIA----------

Em 6/5/09, escrevi aqui no blogue, que ainda é possível consultar, que a economia portuguesa já tinha atingido a sua fase mais crítica, e que os sinais de recuperação já se notavam. Alguns leitores perguntaram-me se eu andava na lua, outros pareciam, com a sua interrogação silenciosa, discordar da afirmação e outros ainda, perguntaram-me em que país vivia. Estes "críticos", talvez animados pela propaganda mediática que se desenhava todos os dias com a clara intenção de instituir no povo o medo do caos, são, como a maioria, mais facilmente influenciáveis pela propaganda dos media do que por análises económicas sobre o andamento geral (global) da situação por quem, passe a imodésdtia, analisa a situação económica de uma forma independente, colocando à margem qualquer palavreado jornalístico ou influência politico-eleitoral. Pois bem, as últimas notícias aí estão, nomeadamente as internacionais cuja influência externa se notará sempre internamente, a provarem que a análise estava correcta e que, longe de estar na lua, tinha os pés bem assentes neste "desafortunado" Portugal que "um dia gostaria de voltar a ser independente". Sei que quem desconfia das análises à situação económica, que sejam contrárias à propaganda mediática feita com a intenção de provocar o medo geral, tem alguma razão para as suas dúvidas. Não existem em Portugal instituições que se debrucem sobre análises económicas com vista a informar a população sobre as tendências gerais da economia e que os entendidos se possam debruçar sobre elas. Existem alguns periódicos cuja intenção, à partida, seria essa, porque assim se intitulam. No entanto, as suas informações ficam-se pelas meras divulgações pontuais sobre episódios de gestão, a condizer com os pretensos "analistas" de economia, que, parece, não vão além de meros gestores de empresas, logo se concluindo que não foram formados para a análise de uma economia que abrange dez milhões de cidadãos. É lamentável, para criticar os média, que tenhamos de recorrer a publicações de outros países para termos alguma informação sobre a verdadeira economia ou, por exemplo, quais as implicações que determinados actos do governo provocam na economia em geral ou ainda o que significam "alguns actos particulares" de gestão, como se saídos de meros barqueiros que navegam em pequenos rios, sem nunca conhecerem esse grande oceano que é a economia como um todo. Os títulos de imprensa não são análises económicas. .

sábado, 18 de julho de 2009

--------------A CENTRALIZAÇÃO DA IBÉRIA---------------

De vez em quando os canais informativos ligados ao cordão umbilical da "Santa Mãe" ressuscitam a velha "nova" questão. As "constantinas (de má memória) interferências na administração política da "Ibéria", cujos objectivos sempre foram a centralização em "Castilla" (vulgo Madrid) de um governo controlado a partir de Roma, já deveriam ter desaparecido desse "mapa de intenções" de agregação política dos dois países, que o patriarcado nunca deixou de tentar. Os já "velhos" portugueses nada têm a ver com qualquer monárquica vassalagem ao império, que ainda exista nos nossos dias. Ao fim de dezasseis séculos de vigência dos "abrangentes" objectivos da conquista do mundo de então, embora a partir do século XV se tenham "alargado" as fronteiras, esse objectivo prosseguiu com quebras de continuidade aqui e ali, já era tempo de uma revisão do processo para bem de inocentes que nada têm a ver com tais objectivos. Ainda que esteja em vigor o decreto do patriarcado de Roma que institui a sua província da Ibéria, impunha-se a abolição dessa retrograda intenção de juntar num ponto central da península a governação de um pretenso e único país ibérico. É certo que o poder todo juntinho é mais fácil de controlar mas ,Portugal não é uma qualquer nova freguesia onde a construção de uma nova paróquia resolva a necessidade de uma nova divisão administrativa local. A insistência nessa imbecilidade política, de colocar uma centralidade administrativa num ponto exacto da península, quando na verdade esse ponto nunca poderá sair de Roma sob pena de se começar a desmoronar o edifício, apenas se poderá atribuir às obscuras roupagens, "amarelecidas" pelos tempos, já não se ajustando à era do aprofundamento da globalização. Se os outros patriarcas, a partir do momento em que "esse mundo" foi dividido em cinco partes, tivessem tido os mesmos objectivos (canibalismo), a norte do mediterrâneo, pelo menos, teríamos tido uma guerra "civil" em permanência (se bem que ela sempre existiu nos bastidores mais promíscuos desses auto-representantes teificados). É certo que os avanços civilizacionais e a ciência aproximam as consciências não atadas a correntes ferrugentas que o tempo está a desfazer, ainda que se vão revestindo com novos materiais que as mentes livres vão dando à luz. Mil anos de obscurantismo foi o limite que a Natureza impôs, embora para muitos, "os não eleitos", a noite negra continue, não tendo sido abrangidos pela renascença. Mas, esqueçam-se os rejubiladores de vitórias aparentes porque o mundo não existirá sempre só para alguns e deixem-se de querer aproveitar as ligações desinteressadas de organismos bilaterais, cujos interesses são apenas a colaboração técnico cientifica inter-pares. O aproveitamento de ligações supra nacionais para introduzirem processos de evangelização como se de um vírus informático se tratasse, tarde ou cedo se descobrirá. A natureza (espaço-tempo) reporá, sempre, as ligações humanas no seu devido lugar. A vida é fruto da terra e os indivíduos, em último caso, darão sempre preferência ao seu recinto de nascimento. Não se confunda, hoje, a abolição de fronteiras com qualquer fenómeno sobre natural. O agrupamento de países europeus ocidentais nada tem a ver com instituições que, apesar de seculares, sempre andaram a reboque de iniciativas dos defensores da democracia, e muito menos com agrupamentos que nasceram da imperfeição. Lisboa é Lisboa e Madrid é Madrid e este facto pressupõe, naturalmente, independência... A ingenuidade (ou não) do jornalista que colocou em título, num dos periódicos, que "a Ibéria é cada vez mais uma realidade presente" desconhece o que a história regista sobre este novo (velho) assunto.

terça-feira, 30 de junho de 2009

-----------OS VINTE E OITO E OS JORNALISTAS-----------

A parcialidade dos média fará parte das linhas editoriais?
Todos os "grupos" de interesses devem ser solidários! É essencial que funcionem bem mas, uma grande parte dos jornalistas, funciona como um grupo de vespas: quando algum é atacado e corre o risco de ficar sem o "pelouro", zumbem todos os outros à volta dos pretensos intrusos - não mexer, não mexer ... independência, independência ... Só que essa independência é um caminho muito estreito onde não cabem os zangões.
Grande parte dos jornalistas são nitidamente parciais nas suas análises, com a agravante de se inclinarem para o apoio aos pseudo-economistas panfletários, cujas investidas, na sua acção para se atirarem ao vento para que os vejam, mais não fazem do que acentuar os problemas internos que a crise internacional nos trouxe.
A parcialidade do director do público contrasta nitidamente com a posição neutra de outros jornalistas em relação a grupos de pressão. Elogia uns, cujo manifesto publicou, e critica outros sem que tenha publicado uma linha acerca do que critica.
Dois destes grupos, diferenciados quer em número quer em posições perante o próximo futuro, vieram a público com os seus manifestos. O que fez grande parte dos jornalistas? Ao BANDO dos vinte e oito dão-lhe toda a visibilidade, e aos outros, mais de cinquenta, esquecem-nos ou chamam-lhes nomes.
Raramente me sinto em consonância com o que parte dos jornalistas escrevem mas, desta vez, embora não na totalidade, sinto-me sintonizado com Rui Tavares. Resta-me saber se ele se identifica com o que vou dizer.
Vários economistas, antes do rebentamento da bolha, chamaram a atenção para o que estava para acontecer. Muitos outros, onde me incluo, estavam a escrever nos seus diários todos os sintomas que a doença ia tornando visível, fazendo os seus resumos sobre a possível chegada da epidemia, guardando para si, ou talvez para futuras publicações, essas análises. A estes não era possível responder mas, quanto aos que alertaram para a possível crise, surge normalmente a pergunta: onde andavam os jornalistas? Preocupados com os seus umbigos à volta dos seus "clubes nocturnos"? Mais preocupados em atirar o seu quarto poder contra os eleitos ...?
É certo que alguns, os que provavelmente têm os pés assentes no chão, chamam agora a atenção para o facto de a crise ter sido anunciada antes de ter acontecido. No entanto, a pós-censura não emenda os desacertos com a análise da conjuntura no momento, além de, pela informação que ficou no tinteiro, terem contribuído para agravar a situação económica já de si periclitante, o que continuam a fazer, de um grande número de empregados e famílias.
A quem escreve todos os dias para que milhares de pessoas os leiam, fazendo disso profissão e tirando daí os seus proventos, não se pode desculpar por repercutir todas as asneiras que economistas, os quais apelidam de nomeada (como diz JMF), aventem sem se preocuparem com os resultados. Se não sabem ... consultem quem esclareça, em vez de funcionarem como simples caixas de ressonância.
Talvez os jornalistas se reconfortem a si próprios pelo poder que sai dos seus desaforos. No entanto, não se livram da acusação de, mais do que os políticos, serem considerados, também, causadores da crise e dos problemas que uma boa parte do povo enfrenta.
Uns não farão a mínima ideia dos problemas que as suas incultas tropelias criam, outros tentarão passar ao lado de tudo isso, considerando-se, com regozijo, os denunciadores de pretensas más políticas. Resta saber se têm alguma ideia do que sejam as boas.
Porque é que cada um dos jornalistas não tenta fazer uma auto-análise, mesmo que introspectiva, dos seus contributos para o bem comum e os confronte com a sua consciência?
Glorificar-se-ão se o doente morrer? Olhem que o "doente" não são os políticos a abater mas sim o povo, do qual, queiram ou não, vocês fazem parte.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

--------------O VOTO OBRIGATÓRIO--------------

A democracia, para funcionar, no que concerne à escolha de dirigentes, tem de ter na sua essência o voto como instrumento do cidadão. Dito de outro modo: se a democracia diz respeito a todos os cidadãos de um país (ou não será), então esses cidadãos devem expressar as suas preferências pelo voto a que têm direito. Sem querer entrar em explanações sobre direitos e deveres dos eleitores, direi que o direito de votar implica a obrigação de o fazer. De outro modo, se apenas alguns votam, os eleitos resultantes do acto, foram-no apenas por uma parte do eleitorado, logo o processo não foi totalmente democrático. Por outro lado, se apenas podem votar alguns, há o risco (efectivo) de aparecerem grupos antidemocráticos a apelar para que os eleitores não votem. Neste caso está implícito o paradoxo da democracia: alguém que se serve dela para a desacreditar ou destruir. Os tormentos que os povos passaram, durante séculos, para que a democracia fosse uma realidade, justifica que seja obrigação dos mesmos povos que por ela se regem, defende-la na sua plenitude. Em consequência, a democracia requer a obrigação de todo o cidadão votar, como um direito inalienável. Para isso é necessário que a lei que regula os actos eleitorais, no que concerne ao apuramento de resultados, tenha de ser alterada. A plenitude democrática implica que todos os votos entrados nas urnas tenham de contar para os respectivos resultados. Tal como está, a lei que regula o apuramento não permite a democracia efectiva. Não é possível aos eleitores, por exemplo, expressarem-se negativamente sobre os candidatos a escrutínio. Isto é, fazem-no ao votarem em branco ou quando se abstêm, mas não conta. A lei permite, e bem, que cada eleitor vote no partido (ou cidadão) que entender, entre os sujeitos a escrutínio, e que vote, também, em branco, sendo que muitos eleitores também se expressam tornando o voto nulo. Os votos nos partidos (ou cidadãos) contam, os outros não, o que significa que também por aqui há uma falha na democracia. Um acto eleitoral democrático deve contemplar (ter todas as opções) quem quer eleger este ou aquele candidato mas também quem não quer qualquer dos sujeitos a sufrágio. O voto em branco, que é o mais consciente, porque o eleitor que assim se expressa utiliza o seu direito (obrigatório) de voto, dizendo que não lhe interessa nenhum. O povo tem o direito de saber quais as formas que tem à sua disposição para se expressar e, consequentemente, qual o modo de dizer "eu não quero nenhum dos propostos ...). Para além de isto evitar que apareçam resultados eleitorais em que os votos brancos sejam deitados fora (não seria inédito) e mais: se um dia os votos brancos estivessem em maioria, o eleitorado estaria a dizer às autoridades competentes, nós não queremos nenhum deles. Obviamente que o processo teria de voltar ao principio e os partidos teriam de refazer as listas com candidatos diferentes. Actualmente, impõe a lei eleitoral, ainda que a maioria não vote, os candidatos são sempre eleitos. É necessário dar um passo mais além no aperfeiçoamento da democracia. Com as devidas alterações na lei, O VOTO DEVE SER OBRIGATÓRIO.

terça-feira, 23 de junho de 2009

-------------O GRUPO DOS VINTE E OITO------------

Como é possível que vinte e oito personalidades tenham aventado o "panfleto" das "reformas estruturais" sendo que, aquilo que pretendem como "Velhos (inadequados) do Restelo", é contra essa reforma estrutural, no que aos transportes diz respeito, que Portugal tanto necessita? Travar o desenvolvimento? Alguns desses senhores, quando passaram pelo governo, por outra coisa não ficaram conhecidos senão por acentuarem esses desequilíbrios. Seria coerente que quem assinou tal documento, economista ou não, explicasse aos leitores (votantes a conquistar?) o que é isso de desequilíbrios estruturais. A avaliar pelo que constantemente aparece nos média sobre o tema e pelo conteúdo do documento em causa, há dúvidas sobre o conceito de estrutura onde assenta ou, no caso, onde deveria assentar a base da economia portuguesa.` Ó senhores professores universitários, iniciados nas politiquices: então os senhores que são "obrigados", pelas funções que desempenham, a lidar todos os dias com temas ou análises à economia (ou às economias) escrevem, sem mais explicações, que a última década da economia portuguesa foi, relativamente, a pior dos últimos oitenta anos? Quem propôs esta frase para ser lida por muitos milhares de pessoas tê-lo-á feito como economista? Tenho dúvidas! Analisou (?) e comparou (?) algumas estatísticas, "varreu" a economia portuguesa como se fosse um candidato a uma qualquer câmara municipal (como é óbvio tem a ver com uma pequenina parte do todo) e cá vai disto: tirou as conclusões (tenho de ser bem pago como consultor). Quem não sabe analisar a economia de hoje, pelo menos é o que demonstram, como é que pode tirar conclusões de um período de oitenta anos, sendo que muitos dos vinte e oito, que nasceram na primeira parte desse período, como diz o povo, com o "rabinho virado para a Lua", enquanto a fome, a miséria, ..., corriam pelas ruas, juntando a essa lástima o analfabetismo perfumado de latrinicidade, pode falar em retrocesso? Mas quem quer avaliar o quê? Dizem: os grandes projectos devem ser apoiados por economistas, gestores, engenheiros, ... como consultores ... Claro meus senhores! E esse apoio consultivo deve ser bem pago! É preciso não ter vergonha do que (camufladamente) se pede: ainda um outro partido não está no governo e já estão a segurar o seu próprio emprego. Querem avaliar o quê, a economia do país ou a vossa? É claro, "grávidos" da esperança de um novo governo que assegure o emprego, em antecipação, só poderiam ter produzido um aborto; uma banalidade que corre aí pelos média, à semelhança de um tal documento dos "quinhentos" de há poucos anos, que nem chegou a ser aborto. Tenho dúvidas se são "associações" de economistas ou de gestores de circunstância, a avaliar pelos documentos paridos. ... estudos de custo-benefício com qualidade técnica, dizem. Mas, onde estão? Quem os faz ou quem já os fez? Ou estão a pôr em causa os estudos que foram feitos para os projectos em discussão? Não basta ter o grau académico de professor universitário para que, na prática, exista qualidade técnica. Senão, como têm acesso aos média, expliquem lá onde estão os projectos saídos do grupo? Não são visíveis. Mas, como de costume, aplicam-se alguns conceitos matemáticos (formulas) que dão para tudo, público ou privado. Depois sai borrada. Se estiver a ser inconveniente expliquem-me onde estou a errar. Desde já esclareço que não estou a analisar as pessoas enquanto tal mas sim uns "técnicos" universitários que se afirmam altamente qualificados. Os tais vinte e oito que, num grande projecto de investimento, apenas falam de gastos. Espero bem que a sua área de ensino não seja essa, cujo manifesto subscreveram. Os que se agrupam seja em manifesto escrito ou sobre qualquer outra forma organizativa, apelando para que os "grandes projectos" governativos não se façam sem o SEU apoio consultivo só podem ser considerados de BANDO, quiçá susceptível de investigação criminal. O dinheiro dos contribuintes não pode ser o cofre apetecido para quaisquer grupos consultivos. Ó senhor economista chefe dos banqueiros: o país está endividado? Onde estava o senhor quando o "sistema bancário português" começou a caminhar para o "monopólio" (aquisições, fusões, OPA, ...) e se passaram a remunerar os depósitos com taxas abaixo do nível de inflação, ou pura e simplesmente não os aceitavam, desviando os clientes para outras aplicações. Deixaram-se de financiar devidamente as empresas, recorrendo os bancos ao "mercado externo" (mais barato?) para jogarem na bolsa, tornando as comissões uma fonte quase inesgotável de lucros financeiros ... endividamento ao exterior, lucros altíssimos, fora de contexto (a conjuntura não os justificava), distorções no andamento da economia, ... Como se endividou o país? Se o senhor tem alguma responsabilidade (duvido) no aconselhamento dos bancos quanto ao seu jogo financeiro (bolsista), de "marketing panfletário", de a banca portuguesa ser das melhores do mundo (e o país a empobrecer?), então é um dos responsáveis pelo agravamento dos desequilíbrios estruturais. Não lhe pesa a consciência? Ganha bem (sem que isso seja criticável) e olha de cima, da sua janela, vê o povo "rasca" e diz: que desequilíbrio estrutural! Como o país tem caído ... Bem ...! Não se podem aumentar os salários ... olhem o perigo da inflação. O senhor que também tem acesso aos média não quer explicar, economicamente, a situação e desenvolver o tema do tal desequilíbrio relativo e a sua ligação aos projectos que estão a mandar parar? A melhoria da qualidade do investimento é um imperativo? É! Mas aí é necessária uma actualização constante dos métodos de análise, previsão e execução. O que andaram os senhores a fazer, alguns de vós já na idade da reforma, para neste momento se colocarem fora da "carroça" ... não conseguem perceber que se estão a criticar a vós próprios? ... e também só após uma reavaliação do modelo PPP em função dos encargos e riscos futuros para os contribuintes ..."é duvidoso que os grandes projectos de investimento público sejam considerados urgentes"? Ó senhores economistas (ressalvo os senhores licenciados em gestão de empresas e outros que, possivelmente, não estarão suficientemente preparados para esta análise), o mundo económico dos grandes projectos existe há milénios. Basta que recorram à história. Como seria o mundo desenvolvido de hoje se não tivessem existido esses projectos megalómanos e todo o tipo de utopias por que passaram os vários estádios do desenvolvimento económico? Senhores do grupo dos vinte e oito; Portugal tem oito séculos de história mas podem começar, por exemplo, desde um período de há dois mil anos. Passem por Roma e vejam se conseguem imaginar quanto do sangue e do suor dos nossos antepassados está emparedado naqueles monumentos. Claro que os exemplos são muitos, basta que subam uns degraus na história e também cá, entre fronteiras, os encontrarão relativos a várias épocas. Qual terá sido o efeito nas gerações que se seguiram? Um economista deve ter bom senso quando analisa os efeitos futuros de qualquer projecto. Se repete o que anda aí pelos média, à superfície, duvido do seu conceito de economia. Duvido, também, que os senhores não admirem o que de grandioso foi feito, em certos períodos da história, ainda que com prejuízo, sempre, de alguém. Mas se pensam que não há relação nenhuma entre esses projectos e o estádio da economia de hoje, então está explicado o porquê de não perceberem a situação económica deste início do século XXI. O economista que manda parar a economia não o é. Pelo menos quando assinam manifestos da carácter político não se intitulem de economistas. Basta que dêem a entender, como fizeram, que procuram salvaguardar o estatuto de "consultores", no futuro período pós eleições legislativas de dois mil e nove. Senhores economistas de nomeada: então fazem sair um documento com grande impacto mediático que apenas se debruça sobre alguns grandes projectos em discussão? Não seria de "bom-tom" que "o grupo dos vinte e oito" se tivesse debruçado sobre a economia portuguesa? Uma boa elite faria isso. Ó sr. Mateus; qual o impacto de um tal projecto nas contas nacionais? Já ouvi alguém dizer que "a burrice económica está na rua à procura de emprego". Não apoio essa classificação, mas os senhores não trouxeram nada de novo. Não fizeram qualquer análise económica. Quem se intitula economista ou professor universitário e põe na rua um manifesto destes não tem outra classificação que a de BANDO à procura de emprego. Se ainda assim acharem que estão certos ... é melhor que se repensem como economistas. O país concreto espera. ----------J. Faustino, economista.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O PRIMEIRO-MINISTRO RUSSO E A PAZ

O primeiro-ministro russo dá lições de procura da paz ao mundo ocidental. "Para que precisamos de armas nucleares?" Evidentemente que essas armas são necessárias para quem "vive" mais preocupado com a continuação (hereditária) da sua ditadura do que com a paz e a vida dos seus súbditos. Afinal Vladimir Putim dá o sinal de partida para uma acção universal contra as armas nucleares, coisa com que os ocidentais pouco mais fazem do que constatar que aqueles que as podem construir continuam a dedicar-se a essa imbecil tarefa, preparando-se para possíveis guerras de destruição massiva. Esses países não olham a problemas internos com os custos astronómicos desses fabricos, dos recursos retirados ao bem-estar dos seus povos, colocando-os em perigo. Vladimir Putim com certeza que já verificou que crescer em armas nucleares, na era da globalização, que é comercial e financeira, não conduz a hegemonias sobre coisa nenhuma. Os avanços na civilização, pelo menos nos países onde imperam as ideologias voltadas para o desenvolvimento cultural e humano, há muito que deixaram para traz os objectivos bélicos. O ser humano acima de tudo. .

quinta-feira, 11 de junho de 2009

É ALGO ANTI-PRESIDENCIAL?

António Barreto igual a si próprio. Seja nos seus bastidores da compilação da informação semanal ou em qualquer tribuna. É uma síntese nunca revista. A teoria dos exemplos simples já não é nova e quando se chega à hora de actuar ...ninguém lá estava. À "posteriori"... eu faria assim... "dixit" -"não usemos os nossos heróis para desculpar ..." Sinceramente não percebi! Deve ter algum significado. -"Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplos do que lições morais". - "Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplos, bem mais do que sermões". -"Os portugueses são mais sensíveis ao exemplo ... do que à ameaça ou ao desprezo". Bonito! Embora tarde alguém se dá conta disso. -"Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar do que com discursos pomposos". Eu pecador me confesso? Atenção políticos, empresários, sindicalistas, (outros) funcionários: ... propaganda e consciência ... É sempre assim. Os mais influentes permanecem nos "caboucos"... Já sabem, os srs. são culpados. Mas então, e aqueles que são lidos e ouvidos nos média? Exemplos e mais exemplos, honestidade, justiça, tolerância, discursos pomposos ... os adjectivos não faltam e a culpa é sempre dos mesmos. Moralidade, sermões ..., com certeza que o orador pensou o que escreveu. Mas, ò Sr. António Barreto: como é que o Sr. Presidente da República deve passar a dirigir-se aos portugueses? Se não o deve fazer com discursos (pomposos), deverá ser com os tais exemplos. Como? Pá, picareta, martelo, escopo, ... como demonstram as mãos calejadas do Sr. António Barreto? O Sr., na nossa história recente, já teve períodos de visibilidade. Tem algum "exemplo" a lembrar aos portugueses? Não esqueça: todos os discursos, tal como o sr.fez, são "pomposos", quando não fora de contexto. .

sexta-feira, 5 de junho de 2009

OS PASSEIOS À FIGUEIRA

Imaginem! Vasco Pulido Valente foi comer uma sardinhada à Figueira. Mas, então, isso já não é comida da ralé? O que a democracia faz: a "nobreza" a tomar o lugar do povo. A avaliar pela sua descrição do diário da viagem, é de concluir que não foi lá apenas para almoçar sardinhas. Terá ido, também, fazer a rodagem ao carro? Duas décadas depois ... é difícil adivinhar o que virá aí, pelo menos da parte de quem tem necessidade de descrever a passeata. Não se afigura credível que, no século XXI, a nobreza tenha hipótese de regressar às suas saídas, ornadas com aqueles "penachos" amaricados. Há duas décadas, numa viagem parecida, os resultados foram desastrosos para o então evoluir da democracia. Terá VPV ido comemorar alguma efeméride? Como se deslocou? De carro, obviamente. Por uma auto-estrada que, diz, estava deserta. E, com toda a sua inteligência, lá descobriu o mau da fita, por ter concluído aquele "disparate" de auto-estrada até à Figueira. Calculem! Extravagância, disse o passeante. Caro VPV, se não tiver mais nada para desdizer dos feitos dos eleitos em democracia, não logrará os favores do povo, para satisfação das suas "seculares" saudades. Vejam bem: VPV foi em auto-estrada quase de sua porta até à Figueira da Foz "papar" uma sardinhada, coisa que no tempo do seu avô "monárquico" demoraria dois ou três dias. Depois criticou, com desprezo, quem mandou construir a auto-estrada. Há cada colunista ...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

CRISE ECONÓMICA, ONDE?

Eis os desmentidos da crise económica tal como tem sido divulgada. Os sacrifícios pedidos aos portugueses nos anos de 2006/7, tiveram os seus efeitos. Com as contas públicas eficazmente controladas, os reflexos do rebentamento da "bolha" financeira nos EUA não se fizeram sentir tão negativamente como nos nossos vizinhos espanhóis e muito menos como em alguns países europeus. Nem o empolamento divulgado pelos média dado à crise neste pequeno país da Europa do euro se repercutiu, afinal, tal como entoaram jornalistas e políticos de "meia-tigela". Quem influencia negativamente a economia portuguesa não merece outra classificação. Afinal, a economia portuguesa sofreu apenas os reflexos da diminuição da procura externa e, internamente, o fecho de algumas empresas, nem todas justificadamente. Esta análise requer um pedido de desculpas a quem, devido a todo este imbróglio de más expectativas criadas, tenha perdido o emprego. Para estes portugueses vai a minha solidariedade e que saiam dessa situação quanto antes. Mas, quem analisa o evoluir da conjuntura económica sabe que as bolsas de valores antecipam os períodos de "crise" ou de "boom" na economia mundial. A pequena euforia que se está a generalizar nestes últimos dias, é um "anúncio" de que está aí a reviravolta e que a situação catastrófica anunciada não se verificará. Quem tiver condições para investir em bolsa faça-o agora. Salvo excepções em alguns ramos de actividade, mais lentos a reagir à conjuntura, os resultados serão positivos. Face as estes indicadores que anunciam a retoma, numa conjuntura geral, o que significará uma evolução menos má do que a anunciada, como reagirão os média e os políticos de trazer-por-casa que colocaram a economia portuguesa no fundo de uma sarjeta? É perfeitamente plausível que o país que mais lentamente sofreu os reflexos da crise financeira seja mais lento a reagir. Afinal a "almofada" já tinha sido criada. Retratem-se. .

segunda-feira, 27 de abril de 2009

OS SANTOS DA IGREJA ROMANA

São as canonizações do século XXI? D. Nuno Álvares Pereira, para os portugueses, já era Santo: o Santo Condestável. Em Lisboa existe uma igreja que é conhecida como a do "Santo Condestável" e até uma freguesia... Santo Condestável foi o que a nossa história lhe chamou. Sobre este dado de referência do ensino da história em Portugal, a agora canonização de D. Nuno Álvares Pereira não passa de uma acção de propaganda da Igreja romana. É apenas a confirmação, nos seus registos, do que já era uma tradição (popular) portuguesa. Mas, a igreja tem de acompanhar a evolução, estar sempre perto do Povo e ir ao seu encontro. Não é assim Frei Bento? Embora com muitos séculos de atraso ... Mas, o mais importante, ou eu sei pouco de história, o que será normal pois não foi essa a minha formação, ou a Igreja de Roma terá de rever a sua legislação secular. Uma das justificações (?) para a beatificação foi a sua contribuição "militar" para a independência de Portugal face às intenções de Castela. Não terá ficado nada esquecido quanto a revisões na estratégia de fronteiras da igreja ...? Face a esta dúvida, o Vaticano deveria, antes da canonização, ter revogado o seu decreto que institui a sua província de "Ibéria" que, ao que se supõe, continua em vigor. Pode esse decreto estar esquecido, por que "obsoleto", mas causou tantos problemas no decurso da independência de Portugal, que será difícil aos portugueses que o conhecem esquecerem os "ventos e os casamentos". Será por isso que ainda se continua a insistir na junção dos dois países? Com o poder todo juntinho ali no centro da península, teria sido mais fácil controlar este pequeno rebelde ocidental. Estejam ou não correctos os meus conhecimentos históricos, uma coisa é certa: o novo Santo da Igreja já o era entre o Povo e, ainda que a Igreja Católica tenha o (seu) direito de O chamar a si, aquele decreto tinha de ter sido revogado antes da beatificação, caso contrário, se uma beatificação implica um decreto, devido a uma das justificações, este não terá validade nenhuma. .

sexta-feira, 20 de março de 2009

OS DIREITOS DO PAPA

Perscrutando por esse mundo mediático fora o que faz correr rios de tinta, ficamos com uma quase certeza: uma gáfe saída de um personagem com uma das maiores visibilidades mediáticas, não deixa ninguém de fora da polémica. É evidente que a gáfe só existe para os críticos do império católico. Todos os seus obedientes, ainda que mudos, concordam com o dito. Voltando à gáfe, com que "direito" é que o Papa dá lições ao mundo sobre temas do sexo? Esta pergunta surgiu-me por discordar da opinião de Vasco Pulido Valente: " o Papa está no seu direito e no seu papel" (sic). VPV ter-se-á referido ao direito de cada cidadão se expressar como entender. Mas, no caso em concreto, não é isso que está em causa: ninguém tem o direito de influenciar a subida dos níveis da SIDA, muito menos no continente onde esse flagelo mata milhares de pessoas. Se está no seu papel? Com certeza! Pelo menos enquanto a "Lei" papal do ano de 1074 não for revogada não haverá casamentos para os padres católicos. Ainda assim, a moral que o Papa continua a apregoar sobre as restrições do uso do preservativo é, no fundo, uma imoralidade. Como é que alguém, ou comunidade, que há quase mil anos institucionalizou a abstinência, pode ter experiência para dar lições sobre o sexo? Se é assim, onde está a moral? A intenção continuada de criticar o uso do preservativo contraria a intenção de evangelizar um continente com um problema vital. .

quinta-feira, 5 de março de 2009

LIÇÃO DE JORNALISMO

Ao folhear o público, não posso deixar passar sem uma referência, e uma pitada de sal, o seu editorial de hoje. Sem querer saber de quem é o "testículo", porque a avaliar pela "estrebaria(da)" diária, há tantos coxos por esse jornalismo fora que se "contam pelos dedos" os de "geno-glândulas" completas. De uma coisa deve estar certo António Lobo Antunes, para além da sua "sátira-milagreira" da cabidela divina, aliás poeticamente bem colocada por quem o sabe fazer, a realidade não desonra ninguém. É que, quem escreve todos os dias nos pasquins sobre o que lhe vai no espírito não deve ser censurado por ser coxo de raciocínio ou utilizar apenas um órgão quando a natureza oferece dois. É correcta a sua observação, com a qual estou inteiramente de acordo mas, o que se pode fazer a quem é dada a liberdade de expressão e não sabe para que ponto do horizonte se virar? Há pessoas que viram as costas ao tempo e, estando em permanência contra os ventos, estão sempre com os cabelos em pé, o que lhes tolda o raciocínio. Entre o divino e o testículo de quem quer que seja, não nos podemos aborrecer completamente pela intelectualidade que todos os dias é colocada na rua. Não é nossa a culpa! Obra divina? Quem recorrer à história ... encontrará ... É neste sentido que quero elogiar o editorial do público de hoje. Diferente! Sem medo da verdade! É disto que a imprensa diária e os próprios jornalista precisam, nomeadamente, quando se nota que navegam num mar de ilusões, convencidos que utilizando a arma do quarto poder, em qualquer situação, isso lhes dá prestigio e inteligência. O director do jornal que tire deste editorial o que lhe aprouver e que saiba determinar quais os limites do seu "poder". A liberdade existe enquanto, e se, existir democracia. Numa sociedade aberta o jornalismo deve utilizar, se o raciocínio estiver assente numa figura de espectro horizontal cujo quadrante tenha trezentos e sessenta graus, todas as vias de critica que proporcionem à sociedade esclarecimentos, sem limites ocasionais e (ou) manipulados. O que se passa no dia-a-dia é que os "coxos" estão virados, ou aptos, unicamente a utilizar apenas 25% desse espectro, sendo testemunhas, advogados e juízes para tudo o que lhes é dado escrever, sem um mínimo de escrúpulos sobre o que possa acontecer ao vizinho. A isto chamam liberdade de imprensa e critério jornalístico, como se o "ser" testicularmente coxo estivesse apto a um raciocínio de 360º. Depois vão para casa todos contentes e satisfeitos pela ética aplicada Os jornais de referência também têm destas coisas; ora admitem mais um abécula (pelo que escreve) para todos os dias escarrapachar todas as suas "desinteressantes parvoíces" ora admitem o editorial de um escritor que todos apreciam e vão gostar de ler. O mundo é feito de contrastes. As minhas desculpas a quem a carapuça não serve. Depois queixem-se que as expectativas vindouras não são boas para o jornalismo. .

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OS PRÓS, OS CONTRAS E OS "APÓS"

A frustração televisiva das Segundas-Feiras. Escolhe-se um tema para um programa televisivo de grande informação (?), como o da última Segunda-Feira, para se falar da "crise e quais as possibilidades de sair dela". Convidam-se o Ministro da Economia, deputados de alguns partidos, "agentes" das PME, sindicalistas, etc.. . 1 - Como afirmava o título propagandístico para as "filmagens" do dito programa (o espectáculo teria de gerar controvérsia ?), tratar-se-ia de saber se os "agentes" das PME tinham alguma estratégia para enfrentar e sair da crise. Falou-se de quê? De subsídios, pois claro! O Estado é o culpado da crise que nos entra todos os dias pelas fronteiras adentro e, nomeadamente, não acabando com os impostos. São uns malandros, e assim vão destruindo o tecido empresarial português. Que visão empresarial sobre a crise! Admirar-me-ia destes empresários portugueses não fora estar habituado a esta "lengalenga" do costume. Mas, qual a estratégia comercial ou outra? Não há! O Estado não cria condições mas, o que são, nenhum empresário sabe concretamente. Subsídios, facilidades ...? E as empresas, perante estas condições de mercado, que estratégias? Não há! Subsídios ... . 2 - Os deputados, o Ministro, os sindicalistas, os empresários ... falaram de quê? Quanto aos deputados a charada do costume; "o teu é pior do que o meu ... Têm sempre uma coisa a dizer, sempre pela negativa, e nada que tenha a ver com o assunto. O Ministro? Ouviu, referiu alguns aspectos de lugar-comum e, mesmo que alguma coisa tivesse a dizer sobre economia, também não lhe perguntaram. O sindicalista? Sempre, sempre a mesma coisa. Está perdoado. Cada um é para o que nasce. Sabemos que não percebe nada de economia. Os empresários? Nunca se chega a perceber se falam mal do governo porque são da oposição ou se pensam que pressionando pela negativa obtêm a desejada redução de impostos ou as tais facilidades que não sabem bem explicar. Como se gere uma empresa perante uma crise que continua a entrar-nos diariamente em casa e apregoada aos sete ventos? Nada! Impostos ...? Subsídios ...? Condições ...? Claro que não faltou, como era de esperar, a tentativa de dar umas "estaladas" no ministro, aquele malandro ... De certo modo é bem feito, para ele não se submeter às charadas de televisão à Segunda à noite. A jornalista? Como sempre, não há melhoras possíveis. E quem vê em sua casa o programa, à espera de ouvir alguma coisa que chegue a interessar, em relação às expectativas de evolução ...? Uma frustração completa. Mas, como diz o Povo, uma desgraça nunca vem só e lá estava a jornalista para, como é costume no seu programa, irritar quem vê, de pantufas no seu sofá, com as suas interrupções sem pés nem cabeça, sempre fora de contexto, a finalizar as intervenções dos convidados com palavras suas, parte das vezes falando ao mesmo tempo dos interventores, quase tocando as raias da má educação. Nunca aprendeu o que o Povo ensina; "quando um burro zurra o outro abaixa as orelhas". Outras vezes o sentido da sua interrupção é para arranjar polémicas entre facções (políticas) quando os programas se destinam a esclarecer ... . Em resumo, para quem esperava alguma coisa de novo ou simplesmente esclarecimentos sobre certos aspectos da crise, sente uma tremenda frustração. Os "agentes"(?) das PME dão mostras de mal perceberem de economia, talvez tenham uma vaga noção ou alguma vez ouvido falar ... Os sindicalistas, se uma verdadeira noção de gestão de uma unidade económica lhe traria benefícios, a si e aos empregados por conta de outrem que dizem representar, passa-lhes ao lado. Desta vez até foram mais mansinhos para o governo, talvez sinal de que não há por aí congressos ... Os deputados, já sabíamos, não falam de economia. O Ministro não falou de economia. A jornalista lê umas coisas, superficiais, para fazer o programa, que o mesmo é dizer que não percebe nada do assunto, facto que é bem evidente nas suas interrupções. E qual é a sensação após o estéril debate? O Povo, mais uma vez, acaba por ter razão; "quem te manda a ti sapateiro ..." .