quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

GUERRA FRIA POR DEUS

A guerra fria acabou? Quem julgou que o muro de Berlim tinha sido a única causa desse relevante conflito do Século XX e, com o seu desmoronamento, a guerra fria acabara, enganou-se. Enganaram-se aqueles que viam na guerra fria um conflito político apenas entre as duas grandes potências mundiais do momento. Existem sempre razões, ocultas, ou simplesmente desconhecidas, que ditam o desenrolar dos acontecimentos. Ortodoxos e Católicos nunca serão "santos" quando as sociedades onde se acolhem entram em conflito. A maioria das religiões prega a paz, para "Zé Povinho" ouvir; o poeta António Aleixo não esteve de acordo. Que o digam os anglicanos que nunca estiveram descansados no seu reduto quanto às investidas do Império católico Romano. Se em alguns períodos houve a sensação que a paz se tinha instalado, ou que as tentativas de instalar o diálogo ecuménico eram sinais de restabelecimento dos cordões umbilicais com Roma, desenganem-se porque os "desarranjos intestinais" acabam sempre por complicar o ambiente Cristão. A Rainha que se cuide, que reveja a consistência do seu estatuto de independência porque corre o risco de vir a ter a excomunhão com castigo. Afinal quem faz a "Ponte". Os ingleses dão a ideia que, tradicionalmente são senhores do seu nariz e não cedem a intromissões que, idas do Sul, encontram sempre dificuldades para entrarem no consciente anglo-saxónico. Ou estaremos num período regressivo desse intelectualismo, transformando a sua sociedade, em geral, ora em bobos da corte ora em novos servos de Roma, como se essa fatalidade fosse um destino programado, de modo que a sua rebeldia religiosa tivesse o seu Tempo? Se não forem esses os sinais, o que pensar da notícia de que Tony Blair se tinha convertido ao catolicismo? Como interpretar essa cerimónia mediática em vésperas de Natal? Por que não se converteu enquanto ocupou o cargo de Primeiro Ministro? neste caso a cerimónia teria tido um impacto mediático maior. Ou será apenas o sinal, inequívoco, que Deus se instalou definitivamente em Roma e aí continuará "seculo seculorum"? É costume dizer-se que, mais tarde ou mais cedo, os serviços prestados serão recompensados. Tony Blair e Guterres, dois ex-governantes europeus, após terminarem os seus mandatos seguiram caminhos semelhantes. Um como Alto Comissário para os refugiados, o outro como Alto representante para "os conflitos do Médio Oriente". Mas o que é que estas duas personalidades têm a ver com o assunto descrito? A quem não perceber, também não vale a pena explicar. Estes novos sinais do Tempo poderão querer dizer que apesar de Deus se ter "sitiado" em Roma não dorme sobre o que se passa no mundo, e continuará, por "todo o lado", atento ao evoluir das missões. Com Tony Blair, Guterres ou outros, Roma continuará a pressionar "Cantuária". Haverá, ainda, muito Tempo e muito Espaço para as pelejas, até que a guerra fria e surda produza os seus efeitos. Como o que transparece na alta política nunca é, apenas, fumo, os dois estadistas terão cumprido as suas obrigações. Aos visados, às instituições, ainda que com o atraso desta publicação, um Natal espiritualíssimo.

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